O presidente da Argentina, Alberto Fernández, defendeu nesta terça-feira (2), em discurso durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), um sistema de "troca de dívida por ação climática", para conseguir a descarbonização da economia mundial.
"Para avançar com a agenda de transformações necessárias, devemos criar mecanismos de pagamentos por serviços ecossistêmicos, troca de dívida por ação climática e instalar um conceito de dívida ambiental", afirmou o chefe de governo, durante a reunião de cúpula que acontece na cidade de Glasgow, no Reino Unido.
Fernández indicou que "é necessário aplicar a emissão de direitos especiais de capital do Fundo Monetário Internacional (FMI) a um grande pacto de solidariedade ambiental, que inclua os países de baixa e média renda e que sirva para ampliar os prazos de dívidas e a aplicação de menores taxas de juros".
"A Argentina não tem a intenção de que esta COP fique somente nas palavras, por isso, proporemos a criação de um comitê político e técnico sobre financiamento climático, com representação igualitária de países desenvolvidos e em desenvolvimento, que trabalhe na definição de um plano sobre como mobilizar os fundos necessários", disse o presidente.
O grupo, de acordo com Fernández, deverá reconhecer "os princípios de responsabilidade comuns, mas diferenciados" e "levar em conta o endividamento e as limitações estruturais, assim como as necessidades de bem-estar social".
"Países como a Argentina constituem, através de seu ecossistema, um sustento aos meios de vida de todo o planeta, enquanto contribuem de maneira decisiva para a segurança alimentar", indicou o chefe de governo.
Durante discurso na COP26, Fernández destacou que o governo que lidera elevou a ambição de redução das emissões de carbono em 27%, com relação aos compromissos adotados após o Acordo de Paris, em 2015. Além disso, afirmou que trabalha com "medidas profundas para erradicar o desflorestamento ilegal", entre outros projetos.
"A crise sanitária da pandemia não fez mais do que despir uma crise muito maior de insustentabilidade e desequilíbrio, que afeta o meio ambiente e a economia", disse Fernández.
Para aliviar a situação, o presidente argentino fez um apelo para que todos assumam "responsabilidades comuns, embora diferenciadas", com meios que permitam "uma transição para uma economia limpa, com menos carbono e resistente aos impactos da mudança climática".