O novo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, pregou a reconciliação nacional ao tomar posse na manhã desta quarta-feira (15).
Marito, como é chamado popularmente, afirmou em seu discurso que seu mandato "inaugurará um Paraguai reconciliado", e que trabalhará para que a Justiça seja independente – uma de suas principais críticas durante a campanha foi a cumplicidade entre o ex-presidente Horacio Cartes e o Judiciário.
O mandatário do conservador Partido Colorado acrescentou que seu governo "não quer juízes amigos, porque estes contribuem para que haja impunidade. E a impunidade é um câncer".
Afirmou que não será "complacente com condutas erradas" e que busca os aplausos "na saída e não na entrada".
Mencionou que lutará para diminuir a pobreza – 1,8 milhão de paraguaios (de uma população de 7 milhões) vive abaixo da linha de pobreza, cifra que praticamente não diminuiu durante o período Cartes.
Também afirmou que combaterá a informalidade e o contrabando porque são problemas antigos que "impedem que o governo arrecade para construir hospitais e escolas".
Filho do secretário do ditador Alfredo Stroessner (1954-1989), Abdo disse que defenderá os direitos humanos, e que se juntará aos outros países da América Latina para encontrar uma solução para as crises na Venezuela e na Nicarágua.
Nem Cartes nem seus parlamentares participaram da cerimônia, por estar em desacordo com Abdo.
Estiveram presentes o presidente Michel Temer e os mandatários argentino, Mauricio Macri, boliviano, Evo Morales, colombiano, Iván Duque, entre outros.
A troca da faixa presidencial ocorre em um meio a uma crescente mobilização da população contra políticos acusados de corrupção. Na semana passada, manifestantes, que se autodenominam “indignados”, se reuniram na Praça de Armas, em frente ao Congresso paraguaio, depois que a Câmara dos Deputados evitou a perda do mandato de José María Ibañez, parlamentar que havia confessado ter defraudado o Estado. O deputado acabou renunciando no mesmo dia.
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