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De saída

Presidente da África do Sul acata ordem do partido e vai renunciar

O presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, aceitou o pedido do partido no poder, Congresso Nacional Africano (ANC), para renunciar, anunciou seu gabinete neste sábado.

A decisão do partido para retirar Mbeki, que tinha apoio de investidores por suas políticas favoráveis aos negócios, aconteceu depois de anos de disputas disparadas pela decisão do presidente de demitir em 2005 o então vice-presidente Jacob Zuma, envolvido em um escândalo de corrupção.

Na semana passada, um juiz descartou acusações de corrupção contra Zuma e sugeriu que tem havido um alto nível de envolvimento político no caso. A decisão fez os simpatizantes de Zuma no executivo exigirem a cabeça de Mbeki.

A decisão do ANC de remover Mbeki ameaça aumentar a instabilidade política na principal economia africana 14 anos após o fim do domínio da minoria branca. Se Mbeki deixar o cargo e o processo de substituição for tranqüilo, no entanto, a reação dos investidores poderá moderada.

"Após a decisão da Comissão Nacional Executiva do Congresso Nacional Africano de pedir o afastamento do presidente Thabo Mbeki, o presidente vai deixar o cargo depois que todos os requerimentos constitucionais forem cumpridos", informou a presidência sul-africana, em comunicado.

A decisão precisa ser ratificada pelo Parlamento, uma exigência formal dada a maioria de dois terços do ANC.

"Após uma discussão longa e difícil, o ANC decidiu retirar o presidente antes de seu mandato expirar", disse o secretário-geral do ANC, Gwede Mantashe, em uma entrevista coletiva.

Mbeki, que governa a África do Sul desde que substituiu Nelson Mandela em 1999, deveria deixar o cargo em abril de 2009. Ele liderou o ANC por quase uma década até o ano passado, quando foi derrotado por Jacob Zuma nas eleições.

Zuma é um dos favoritos para suceder Mbeki, uma transição esperada para o próximo ano após as eleições gerais. Não está claro se Zuma, que tem forte apoio dos sindicatos, vai assumir o cargo imediatamente após a saída de Mbeki.

A vice-presidente Phumzile Mlambo-Ngcuka poderia assumir a presidência, mas ela sinalizou que deverá deixar o cargo com Mbeki.

Geralmente o parlamento, que é dominado pelo ANC, elege um novo presidente dentro de 30 dias. Baleka Mbete, presidente do Parlamento e leal a Zuma, tem sido mencionado como o mais provável líder da transição.

A presidência de Mbeki acabou após um debate acalorado entre o comitê executivo da ANC sobre o futuro dele diante das alegações de que Mbeki havia se intrometido no caso de acusações de corrupção contra Zuma.

Mantashe afirmou que o ANC pedirá aos ministros do gabinete de Mbeki, incluindo o da Economia, Trevor Manuel - que é amplamente respeitado pelos mercados - para continuarem em seus cargos no período de transição para se garantir estabilidade.

O gabinete de Manuel informou à Reuters que ele não deixará o posto, uma decisão que deve acalmar temores dos investidores. A decisão para a retirada de Mbeki acontece apenas uma semana depois de um de seus maiores triunfos. Ele mediou uma negociação de compartilhamento de energia com o vizinho Zimbábue que deve encerrar anos de crise política e econômica.

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