O presidente da Argentina, Alberto Fernández, descartou nesta quarta-feira (11) a possibilidade do país também aplicar sanções contra a Rússia, porque, segundo ele, as relações econômicas entre os dois países são escassas.
No entanto, Fernández acrescentou, após uma reunião em Berlim com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta todo o planeta e que as sanções têm repercussões negativas em outros países e também na Argentina.
"As relações entre os dois países são mínimas e, portanto, a questão das sanções não se coloca. No entanto, as sanções contra a Rússia têm repercussões negativas para o mundo inteiro e também para a Argentina", disse, após a reunião com o chefe do governo alemão.
A reunião entre Scholz e Fernández também abordou as relações entre União Europeia e Mercosul e o acordo da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um novo programa para o pagamento da dívida com a organização.
"Falamos sobre as relações entre nossos países e também sobre a situação mundial, especialmente sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", disse Scholz em um pronunciamento conjunto. "O presidente Fernández e eu concordamos que temos que trabalhar para acabar com esta guerra", acrescentou. O chanceler alemão ainda elogiou a posição da Argentina na ONU sobre a guerra e disse que é claro que o país está do lado das vítimas.
Fernández, por sua vez, enfatizou que a guerra na Ucrânia "não é apenas um conflito entre a Rússia e a OTAN ou entre a Rússia e a Ucrânia, mas algo que afeta o mundo inteiro".
Sobre as relações bilaterais, tanto Scholz como Fernández destacaram as possibilidades de cooperação em matéria de energia. "Concordamos que temos grandes possibilidades de cooperação em matéria de energia. A Argentina tem um potencial gigantesco em energias renováveis", afirmou Scholz.
Fernández também destacou as possibilidades da Argentina se destacar como fornecedora de gás natural liquefeito e também no desenvolvimento do hidrogênio verde.
Quanto às relações entre a UE e o Mercosul, os dois políticos concordaram sobre a necessidade de relançar as negociações entre os dois blocos sobre um amplo acordo comercial. Enquanto Scholz enfatizou a importância de estabelecer padrões em questões como o meio ambiente, Fernández apontou a tendência ao protecionismo "de alguns atores na UE" como o principal entrave para o pacto entrar em vigor.