Acompanhado de sua vice, Cristina Kirchner, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, do Partido Justicialista, de esquerda, afirmou durante o pronunciamento de abertura do ano legislativo no país, neste domingo (1.º), que deverá enviar ao Congresso um novo projeto de legalização do aborto "dentro de dez dias".
Em 2018, o Senado argentino derrubou um projeto de lei que permitiria a interrupção da gravidez apenas pela vontade da mulher até a 14.ª semana de gestação. Na ocasião, o projeto, que chegou a ser aprovado pela Câmara e foi derrubado após intensa pressão de entidades de defesa da vida, pretendia legalizar o procedimento de forma irrestrita até a 14.ª semana de gestação.
"A decisão individual da mulher de dispor livremente de seu corpo deve ser respeitada", afirmou Fernández em seu pronunciamento.
Para Fernández, a lei argentina que permite o aborto em casos de estupro ou risco de saúde para as mulheres, "não é eficaz". O novo projeto autorizará o aborto "no momento inicial" da gravidez, mas Fernández não especificou qual período será este.