O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta segunda-feira (30) que há "claros indícios de que o jornalista francês (Romeo Langlois) está em posse das Farc", ao fazer um chamado urgente a essa guerrilha comunista para que o liberte.
"Queremos pedir às Farc que o libertem o mais rápido possível, entre outras coisas porque entendemos que está ferido", completou Santos em uma declaração na sede presidencial.
Até agora, as autoridades colombianas mostraram-se prudentes sobre o paradeiro de Langlois, jornalista da emissora France 24 que foi dado como desaparecido em 28 de abril, quando ficou em meio a um confronto entre militares e guerrilheiros em uma região de conflito do sul da Colômbia.
No confronto, o jornalista ficou ferido no braço esquerdo, segundo o depoimento dos militares que o acompanhavam.
"Este jornalista estava em uma missão profissional, jornalística, com nossas forças armadas. Teve a infelicidade de ser levado para o lado onde estava esse grupo das Farc, e hoje todos os indícios nos indicam que ele está em seu poder", afirmou o presidente colombiano.
Santos lembrou que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram em fevereiro sua renúncia ao sequestro de civis com fins extorsivos, e pediu para atuarem com responsabilidade.
"Há algumas semanas prometeram à Colômbia e ao mundo que iam deixar o sequestro. Recebemos essa notícia com satisfação (...). Cumpram com sua palavra. Qualquer coisa que aconteça a esse jornalista é responsabilidade absoluta das Farc", enfatizou.
Langlois, de 35 anos, trabalhava na Colômbia há uma década. O jornalista realizava uma reportagem sobre as operações anti-drogas no departamento de Caquetá (cerca de 600 km ao sul de Bogotá), quando a patrulha militar com a qual viajava foi atacada no último sábado.
Correspondente do canal France 24, Langlois acompanhava um comboio militar que foi atacado pelas Farc no sábado passado, em uma área de selva do departamento de Caquetá (600 km ao sul de Bogotá).
A patrulha com a qual Langlois viajava foi atacada no lugar conhecido como União Peneya, na zona rural do município de Montanhita, depois de os militares destruírem cinco laboratórios para processamento de cocaína com capacidade para produzir duas toneladas semanais do alcaloide e 400 quilos de pasta base de coca, segundo o ministério da Defesa.
No começo de abril, as Farc libertaram 10 policiais e militares que mantinham sequestrados há mais de 12 anos e que eram seus últimos reféns militares.
A guerrilha tinha emitido um comunicado em março anunciando a renúncia ao sequestro de civis com fins extorsivos.
O ataque mais violento das Farc este ano aconteceu em março, quando onze militares morreram em Arauquita, próximo à fronteira com a Venezuela.
As Farc, principal guerrilha esquerdista da Colômbia com mais de 45 anos de existência, conta com cerca de 9.200 combatentes, segundo o Ministério da Defesa.
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