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Crise imobiliária chinesa

Presidente da Evergrande é preso na China e incorporadora suspende venda de ações

China Evergrande
Sede da Evergrande, em Shenzhen, no leste da China (Foto: Alex Plavevski/EFE/EPA)

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A incorporadora chinesa Evergrande anunciou nesta quinta-feira (28) que seu presidente, Hui Ka Yan, foi detido por autoridades do regime comunista chinês sob a suspeita de envolvimento em “atividades ilegais”. A empresa afirmou que recebeu uma notificação das autoridades chinesas confirmando a detenção de Hui.

A notificação, no entanto, não deu mais detalhes oficiais sobre quais acusações Hui realmente está respondendo nesse momento.

Segundo informações veiculadas pela agência de notícias americana Bloomberg nesta quarta-feira (27), Hui estava desaparecido há semanas e sob “vigilância residencial” na China sem ter sido formalmente acusado de qualquer crime.

O anúncio feito pela Evergrande nesta quinta ocorreu logo após a empresa decidir comunicar à Bolsa de Valores de Hong Kong que estava suspendendo a venda de suas ações. Tal medida levanta preocupações sobre o futuro da empresa, que já enfrenta uma grave crise financeira.

A Evergrande, que retomou sua cotação na Bolsa de Hong Kong apenas há um mês, após uma pausa de 17 meses devido à falta de publicação de seus resultados financeiros, enfrenta uma dívida estimada em US$ 328 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão) até o final de junho deste ano.

A situação financeira da empresa se agravou recentemente, com a impossibilidade de emitir novas dívidas devido à investigação de sua filial, Hengda Real Estate Group. Além disso, as reuniões planejadas para esta semana sobre uma reestruturação crucial da dívida foram canceladas, e a empresa alegou a necessidade de "reavaliar os termos" do plano de acordo com a "situação objetiva e a demanda dos credores".

A crise da Evergrande tem ampliado a desaceleração da segunda maior economia do mundo, afetando não apenas o setor imobiliário, mas também a confiança nos mercados de dívida terrestre, que até então haviam evitado grande parte dos calotes.

As autoridades do regime comunista chinês têm restringido gradualmente o acesso ao crédito para os promotores imobiliários desde 2020, resultando em uma onda de inadimplência, especialmente por parte da Evergrande. Isso tem afetado gravemente a vida dos compradores de imóveis em todo o país, muitos dos quais investiram economias de toda uma vida em propriedades que nunca foram concluídas.

A crise da Evergrande também levanta preocupações sobre o impacto econômico geral na China e a possibilidade de uma grave recessão se os riscos de contágio se materializarem.

Outras empresas do setor imobiliário chinês, como a Country Garden, também enfrentam dificuldades financeiras, com perdas recordes e dívidas de mais de US$ 150 bilhões (cerca de R$ 755 bilhões). Isso levou os mercados a considerarem a possibilidade de um setor imobiliário chinês significativamente menor no futuro, com a incerteza sobre o destino de outros grandes promotores privados.

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