O presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha, procurou resolver nesta sexta-feira uma disputa entre o seu primeiro-ministro e o general que tomou controle das forças armadas do país, no episódio mais recente de instabilidade a ameaçar o frágil Estado.
A derrubada do chefe das forças armadas na quinta-feira e a breve detenção do premiê Carlos Gomes Júnior geraram críticas da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos países vizinhos do oeste da África. Analistas alertaram sobre a ocorrência de mais conflitos devido à interferência do exército na política.
Os novos chefes militares negaram a tentativa de golpe no país, que é uma das principais rotas de tráfico de drogas para a Europa, e a liderança civil abrandou o incidente como uma disputa interna dos militares.
"Eu fui eleito democraticamente. Eu continuarei a fazer meu trabalho como primeiro-ministro", disse Gomes Júnior depois de uma série de conversas com Sanha no palácio presidencial.
"Os eventos de ontem foram um acontecimento único. Eu acho que a situação já foi resolvida e que as instituições vão trabalhar normalmente."
Os acontecimentos de quinta-feira acontecem após um duplo assassinato no ano passado, do chefe anterior do exército e do presidente, e são o caso mais recente de interferência política pelo exército, que se orgulha de ter conquistado a independência de Portugal em 1974.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que as facções da Guiné-Bissau resolvessem suas diferenças por meios pacíficos.