O presidente italiano Sergio Mattarella assinou um decreto nesta quinta-feira para dissolver o Parlamento e convocou novas eleições para o ano que vem. O pleito deverá ocorrer entre 45 e 70 dias, a serem contados a partir de hoje. De acordo com legisladores e analistas, a expectativa é de que as eleições aconteçam no dia 4 de março.
A corrida eleitoral mostrará propostas dos partidos sobre como responder ao alto índice de desemprego, à imigração em larga escala que a Itália vivenciou nos últimos anos e à indignação do povo com a classe política. Os problemas são tão profundos que deterioraram a lealdade aos partidos tradicionais e fizeram com que metade do eleitorado apoiasse partidos populistas.
A fragmentação do cenário político da Itália nos últimos anos implica que nenhum partido ou aliança deve conquistar maioria parlamentar, o que aumenta a probabilidade de um Parlamento dividido e a possibilidade de que a terceira maior economia da zona do euro fique presa num limbo político durante meses.
O pleito na Itália será o mais recente após uma série de eleições na Europa em 2017, nas quais partidos populistas fazem força de oposição, ainda que tenham falhado em chegar ao poder. Na Itália, no entanto, o eleitorado fragmentado e a insatisfação com os partidos tradicionais serão temas proeminentes, alimentados por uma recuperação econômica muito mais fraca que no resto da Europa.
É provável que as eleições fiquem divididas entre três partidos: a coalizão de centro-direita liderada pelo ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi, o de centro-esquerda Partido Democrático e o Movimento 5 Estrelas, um dos maiores grupos anti-establishment da Europa.
De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Istituto Ixè publicada em meados de dezembro, uma coalização de centro-direita pode obter 37% dos votos. O Movimento 5 Estrelas ficaria com cerca de 29% dos votos, enquanto o Partido Democrático teria 23%.
Caso nenhum grupo conquiste uma maioria, há três resoluções possíveis. O presidente Mattarella poderia solicitar que o partido que obteve mais votos tente formar um governo de minoria, mas essa coalizão seria provavelmente fraca e teria dificuldades em aprovar reformas econômicas necessárias.
Mattarella poderia também pedir que os partidos maiores formem uma coalizão liderada por uma figura neutra. Se nenhuma das opções der certo, Mattarella pode convocar novas eleições.
Até que o novo governo seja escolhido, o primeiro-ministro Paolo Gentiloni permanece no cargo.
Fonte: Dow Jones Newswires.
Clique aqui para ficar por dentro das principais notícias e análises internacionais.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares