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Enfermeiros tentam recuperar objetos roubados em meio à crise da epidemia da doença | EFE/Ahmed Jallanzo
Enfermeiros tentam recuperar objetos roubados em meio à crise da epidemia da doença| Foto: EFE/Ahmed Jallanzo

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, declarou um toque de recolher e impôs a quarentena de uma das principais favelas da capital Monróvia para tentar impedir o aumento dos números de morte por ebola. Sirleaf anunciou na noite desta terça-feira que toda movimentação será proibida das 21h às 6h.

A medida também impede a entrada e a saída de pessoas da favela West Point, onde moram ao menos 50 mil pessoas. No final de semana, saqueadores assaltaram uma unidade de saúde da região onde estavam internados infectados com a doença e roubaram colchões e lençóis manchados com sangue que poderiam carregar o vírus do ebola.

Também nesta terça-feira, três funcionários de Saúde da Libéria que receberam doses de uma droga experimental contra a doença mostraram sinais de melhora, disseram autoridades. Especialistas advertem, no entanto, que não é certo que a droga seja eficiente.

Os três infectados com o vírus estão sendo tratados com as últimas doses existentes do medicamento ZMapp, uma droga que já havia sido usada em dois norte-americanos e um espanhol. Os norte-americanos estão melhorando, mas o espanhol morreu.

"Os médicos disseram ao Ministério das Informações da Libéria que seu progresso era 'notável'", informou o ministério em um depoimento. Segundo autoridades, os pacientes mostram "sinais muito positivos de recuperação".

Especialistas dizem, no entanto, que ainda não é garantido que o ZMapp, que nunca havia sido testado em humanos, é eficiente. Mesmo se for, a fabricante já avisou que levará meses para produzir mesmo uma pequena quantidade da droga. Enquanto isso, especialistas dizem que a melhor maneira de evitar a propagação da doença no Oeste da África é identificar os doentes, isolá-los dos saudáveis e monitorar todos com quem mantiveram contato.

O especialista em saúde pública David Nabarro, que coordena os esforços da Organização das Nações Unidas para o combate contra Ebola disse nesta terça-feira que vai viajar até a África para determinar as melhores maneiras de apoiar as pessoas, comunidades e governos afetados pela doença mortal. Ele afirmou que terá "interações intensivas" na quarta-feira com o Banco Mundial, especialistas do Centro para Prevenção e Controle de Doenças dos EUA e outros antes de voar para Dakar, no Senegal.

Nabarro, que foi nomeado para o cargo na ONU há uma semana, disse que vai viajar então para os quatro países afetados pela epidemia da doença - Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria. Ele afirmou que há uma enorme demanda não atendida por trabalhadores da Saúde não apenas para cuidar de pacientes com ebola, mas também para tratar de pessoas com outras condições.

Mais de 1,2 mil pessoas morreram por causa do vírus do ebola no surto recente no Oeste da África, informa a OMS. Mais de 2,2 mil foram infectados.

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