O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse neste domingo (19) que não pretende renunciar, afirmando que somente o povo sírio tem o direito de determinar o futuro do país. "Se nós quiséssemos nos render, teríamos feito isso antes", comentou durante uma reunião com parlamentares da Rússia, em Damasco. "Este assunto não está em discussão", acrescentou ao ser questionado sobre a pressão de países do Ocidente para que ele deixe o poder.

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O levante popular na Síria, que começou em março de 2011, já deixou mais de 130 mil mortos e milhões de desalojados e desabrigados, segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU).

Neste sábado, um dos principais grupos de oposição a Assad, a Coalizão Nacional Síria, concordou em participar de negociações de paz que devem ocorrer na próxima quarta-feira na cidade de Montreux, na Suíça. Segundo o líder da organização, Ahmad al-Jarba, os rebeldes não vão fazer "nenhuma barganha com relação aos princípios da revolução" e não serão "enganados" pelo regime Assad. "A mesa de negociações para nós é um caminho para atingir as demandas da revolução, sendo a principal delas a remoção desse 'carniceiro' do poder", afirmou.

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O grupo Frente Revolucionária Síria também apoia uma solução política para o conflito, desde que Assad deixe o poder, segundo afirmou o porta-voz Issam el-Rayyes. Entretanto, outras organizações rebeldes mais radicais, algumas delas ligadas à rede terrorista Al Qaeda, se recusam a negociar.

Em um aparente gesto de boa fé, as tropas de Assad permitiram neste sábado que carregamentos com água e comida chegassem ao campo de refugiados de Yarmouk, segundo informou o porta-voz da agência da ONU para refugiados palestinos, Chris Gunness. A área que é controlada pelos rebeldes, é uma das que mais sofre com a escassez de alimentos. Segundo fontes locais, pelo menos 46 pessoas morreram de fome no acampamento desde outubro do ano passado.