O presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, sobreviveu nesta terça-feira (3) a um ataque contra o comboio no qual viajava perpetrado supostamente pelos radicais islâmicos somalis de Al Shabaab, sem deixar vítimas.
Mohammed Ali Adan, soldado do Exército somali que viajava na caravana presidencial, informou por telefone que o ataque aconteceu por volta das 8h30 local (2h30, horário de Brasília) perto da cidade de Shalambod, quando o comboio se dirigia a Merca, ao sul do Mogadíscio.
Segundo Adan, os Al Shabaab usou lança-granadas para atacar os veículos, e depois fugiram.
Por sua vez, o site da rede somali de meios Shabelle acrescentou que o ataque começou quando um dos veículos da escolta presidencial passou sobre uma mina. Depois, ocorreu 20 minutos de troca de tiros.
"As últimas informações apontam que o presidente e seu comboio chegaram a Merca a salvo, e um forte dispositivo de segurança foi desdobrado na cidade", acrescentou o meio.
Segundo Shabelle, o presidente se deslocou a Merca, no sul da Somália, para tentar reconciliar as duas comunidades que protagonizaram hostilidades recentemente.
Por enquanto, Al Shabaab não reivindicou publicamente a autoria do ataque, mas o alvo e o tipo de emboscada coincidem com os realizados pelos fundamentalistas em outras ocasiões.
Nos últimos meses, Al Shabaab atentou contra alvos simbólicos nos esforços de reconstrução do país africano, como as tropas da Missão da União Africana na Somália (AMISOM), e o recinto da ONU na capital, em um ataque no qual morreram pelo menos 15 pessoas.
Apesar dos avanços conquistados no ano passado no terreno político, a Somália se encontra ainda imersa em um prolongado e complexo conflito armado.
As tropas da AMISOM, o Exército somali, as Forças Armadas etíopes e várias milícias governistas combatem a Al Shabab, a milícia fundamentalista islâmica dominante desde 2006.
A Al Shabaab, que anunciou em fevereiro de 2012 sua união formal à rede terrorista Al Qaeda, luta supostamente para instaurar um estado islâmico de corte wahhabista na Somália.
Embora as tropas aliadas tenha arrebatado no final de setembro de 2012 o maior bastião dos terroristas, a cidade litorânea sulina de Kismayo, os radicais ainda controlam boa parte do centro e do sul da Somália, onde o frágil Executivo do país ainda não consegue impor sua autoridade.
A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem um Governo efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de um clã determinado e grupos de delinquentes armados.
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