Economia
Governo ucraniano não mostrou interesse em acordo com a Rússia
Agência Estado
O ministro da Economia da Rússia, Alexei Ulyukayev, disse que o governo da Ucrânia não expressou forte interesse em fazer parte de uma união aduaneira com Moscou. "É uma longa e difícil estrada e prevemos uma grande quantidade de trabalho. O primeiro passo deve ser um interesse claro de um possível candidato", disse. "E nós não vimos esse interesse".
Ulyukayev explicou que não é somente uma decisão política que vai definir um acordo para a união aduaneira, mas também um processo econômico complicado que pode levar vários anos. Entretanto, o ministro não excluiu a possibilidade de a Ucrânia se tornar um membro do grupo no futuro.
A Ucrânia está enfrentando a maior crise política na década depois de o presidente Viktor Yanukovich desistir de assinar um acordo de aproximação com a União Europeia no último mês.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, conversou por telefone com o presidente Yanukovych e destacou a necessidade de uma "solução política" para o impasse. A chefe de Política Externa da UE, Catherine Ashton, decidiu ir à capital ucraniana nos próximos dias para tentar construir uma solução para a crise.
500 mil pessoas participaram do protesto no centro de Kiev, na Ucrânia, durante o último domingo. O evento aumentou a pressão sobre o presidente Viktor Yanukovich. Ontem a polícia dispersou centenas de manifestantes e desmontou barricadas no centro da cidade.
O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, aceitou ontem participar de uma mesa-redonda com a oposição para tentar pôr fim aos protestos que paralisam parte da capital, Kiev, há duas semanas.
A reunião foi sugerida pelo primeiro presidente da Ucrânia independente, Leonid Kravchuk, e deve ocorrer hoje, com a presença de todos os chefes de Estadoque o país já teve desde que se separou da União Soviética, em 1991.
A abertura ao diálogo, porém, não foi suficiente para diminuir a tensão no país, já que ocorreu no mesmo dia em que as forças policiais ucranianas se posicionaram para dispersar centenas de manifestantes que ocupam ruas e prédios públicos da cidade.
Dezenas de agentes da tropa de choque do Ministério da Defesa foram deslocados para o centro de Kiev, a um dia do fim do prazo dado pelo governo para que os manifestantes deixem o local.
Diante do temor de uma ação violenta da polícia, algumas pessoas deixaram a Prefeitura da cidade, o principal prédio ocupado.
Os que ficaram montaram barricadas e se armaram com pedaços de pau, rolamentos e óleo de girassol para fazer os agentes escorregarem se tentarem entrar no prédio.
"Não vamos deixar ninguém entrar no prédio, mas esperamos que não aconteça um banho de sangue", disse um dos organizadores da ocupação, Vasyl Khlopotaruk.
A crise política na Ucrânia começou com a recusa do presidente Yakunovich de assinar um acordo com a União Europeia, em novembro.
Isso irritou a parcela da população que é favorável a uma maior aproximação com o bloco e que acusa o governo de privilegiar a relação com a Rússia.