O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, condenou neste domingo (2) as eleições separatistas nas autoproclamadas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk, no leste do país, e disse que elas são ilegítimas.
Poroshenko instou a Rússia a não reconhecer o resultado das votações. Ele disse que a eleição é "uma farsa, [realizada] sob tanques de guerra e metralhadoras" e que violam uma série de acordos conhecidos como o protocolo de Minsk.
Assinado em 5 de setembro, o acordo previa ume cessar-fogo entre os rebeldes e Kiev."Conto com a Rússia para que não reconheça o que estão chamando de eleições, porque são uma clara violação ao protocolo de 5 de setembro de Minsk, que também foi assinado pelo representante da Rússia", informou em um comunicado online.
Na sexta-feira, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, por telefone, que as eleições não são legítimas e não serão reconhecidas pelos líderes europeus.
A Ucrânia afirmou neste domingo (2) que houve uma entrada "intensa de equipamentos e de tropas" russas e que elas se movem pelo leste do país, onde ocorrem as eleições.
Mais cedo no domingo, autoridades ucranianas tinham aberto uma investigação criminal por tentativa de "tomada de poder" e de "mudança da ordem constitucional" com as eleições que separatistas pró-Rússia celebram nos territórios que controlam.
A investigação é para apurar "atos que têm como finalidade revogar a ordem constitucional e culminar na tomada do poder", afirmou um dos responsáveis pelo serviço de segurança do país, Markian Lubkivski, classificando os representantes das repúblicas populares recém-declaradas de "terroristas".
Kiev e os países ocidentais se opõem a esse pleito, mas a Rússia afirmou que reconhecerá seus resultados.
Conflitos entre soldados da Ucrânia e separatistas pró-russos mataram ao menos seis soldados na região de Donetsk, ao leste do país, entre a sexta (31) e o sábado.