O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, afirmou ontem ter ordenado que as tropas recuperem o controle da fronteira com a Rússia para abrir caminho para uma trégua e para conversas de paz depois de semanas de combates com separatistas pró-Rússia.
Poroshenko não disse quanto tempo deve durar a trégua no leste ucraniano, onde os rebeldes têm se manifestado contra o governo central de Kiev, mas disse que só pode começar se a longa e porosa divisa estiver segura.
Os comentários ressaltaram a preocupação de que a Rússia esteja apoiando os rebeldes enviando tanques, armas e combatentes pela fronteira, especialmente depois que os separatistas abateram um avião militar de transporte no sábado. A Rússia nega a acusação.
"O cessar-fogo será declarado assim que a fronteira estiver segura", declarou Poroshenko em uma reunião do conselho de segurança, que agrupa chefes da segurança e da defesa. "Declarar um cessar-fogo enquanto a fronteira está aberta seria irresponsável."
O secretário do conselho de segurança ucraniano, Andriy Parubiy, disse mais tarde que a Ucrânia planeja construir estruturas não especificadas na divisa para reforçá-la e demarcá-la mais claramente do lado ucraniano, mas não entrou em detalhes.
Poroshenko convocou o conselho depois de prometer uma resposta firme à derrubada do avião perto da cidade de Luhansk, no leste conflagrado, que matou 49 militares.
Mas os comentários sugeriram que, em vez de atingir os rebeldes com toda a força do Exército, ele deve levar adiante sua política de duas vias: buscar um acordo de paz e permitir que civis sejam retirados enquanto pressiona com uma campanha militar.
A reação inicial dos rebeldes às ideias de Poroshenko foi desdenhosa.