O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu nesta segunda-feira que o coronel líbio Muamar Kadafi "resista" e disse estar certo de que o líder deposto - cujo paradeiro é desconhecido - não pensa em deixar seu país.
"Ninguém sabe onde Kadafi está", disse Chávez em entrevista por telefone à emissora estatal de televisão VTV, acrescentando que "eu tenho certeza que ele está longe de pensar em deixar a Líbia".
Rebeldes líbios ameaçavam nesta segunda-feira atacar Bani Walid, um reduto leal a Kadafi e onde acredita-se que pelo menos um de seus filhos esteja escondido.
O próprio Kadafi não é visto desde que os rebeldes invadiram Trípoli em 20 de agosto, embora na quinta-feira tenha divulgado mensagens de áudio pedindo a seus partidários que se preparem para uma guerra de guerrilha.
"O que ele deve fazer é resistir e espero que a resistência torne possível encontrar o caminho da paz e descartar o caminho da violência", disse Chávez.
O presidente, que é o principal aliado de Kadafi na América Latina, tem defendido o líder líbio desde fevereiro, início do levante contra suas quatro décadas de governo, e acusa a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de usar o conflito para tomar o controle do petróleo líbio.
Nesta segunda-feira, Chávez convocou os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), os governos de esquerda da América Latina e os Estados africanos a unirem forças para interromper a "barbaridade" desencadeada pela Otan na Líbia.
"Temos de formar uma contraofensiva mais coordenada para deter esta barbárie", disse ele, sem dar maiores explicações.
Chávez, que luta contra um câncer, deixou na semana passada um hospital militar, após a terceira aplicação de quimioterapia. Ele não descartou a necessidade de mais uma rodada de tratamento. As informações são da Dow Jones.