Tel Aviv - No dia em que o novo chanceler israelense, o ultranacionalista Avigdor Liberman, rompeu o acordo para a paz mediado pelos EUA, o presidente Shimon Peres, do partido de centro Kadima, disse ao novo premier do país, Benjamin Netanyahu, que o mundo apoia a criação de um Estado palestino.
"O governo que o senhor lidera precisa fazer um supremo esforço para avançar o processo de paz em todas as frentes", disse Peres, na cerimônia em que o ex-premier Ehud Olmert transferiu formalmente o cargo a Netanyahu.
"O governo que sai adotou a visão de dois Estados para dois povos, promovida pela administração dos Estados Unidos e aceita pela maioria dos países do mundo", acrescentou Peres, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1994 pelos acordos com palestinos.
Netanyahu afirmou diversas vezes, nos últimos dias, que buscará a paz com os vizinhos árabes, mas evitou comentar a proposta de dois Estados.
Peres, um centro-esquerdista que já foi premier antes de ocupar o protocolar cargo de presidente, também citou uma iniciativa árabe para a paz, que oferece a normalização de relações com Israel em troca da criação de um Estado nas fronteiras pré-1967.
"Não conheço melhor alternativa que a paz para a região inteira, especialmente porque a necessidade árabe de paz está ligada à ameaça iraniana de assumir a parte árabe da nossa região", disse Peres.
Questionado por jornalistas a respeito das declarações de Peres, Netanyahu esquivou-se novamente. "Ouvi seriamente e estou guiado por um senso de responsabilidade e pela necessidade de unidade", disse.
Mesmo sob pressão das Nações Unidas e dos EUA, o chanceler Avigdor Liberman disse que o novo governo rejeita as atuais negociações de paz com os palestinos. Ele alegou que concessões provocariam mais conflitos.
Logo após as declarações de Liberman, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Gordon Duguid, afirmou que os EUA vão insistir na criação de um Estado palestino.