O presidente israelense, Shimon Peres, apelou para a criação de um Estado palestino independente, em uma entrevista exclusiva para a rede americana CNBC nesta terça-feira (18). Prestes a completar 90 anos em agosto, o presidente mais velho em exercício acrescentou que as barreiras para o processo de paz são mais psicológicas do que reais.
"Temos de permitir que os palestinos tenham um Estado próprio independente, e vivam como vizinhos, não como inimigos. Acho que nossos maiores problemas são ceticismo e a crença de que a paz é impossível. Para ter paz, temos de superar esse problema", afirmou à rede CNBC.
Peres, no entanto, se recusou a admitir que Israel deva gastar menos com defesa, apesar dos apelos de Stanley Fischer, governador do Banco de Israel, que busca combater o crescente déficit orçamentário do país.
"Em Israel, quando você tem um governo, os diferentes setores gastam de acordo com as suas necessidades. E há uma necessidade que é desproporcional: a segurança. Os gastos com segurança não são proporcionais ao tamanho de seu país, mas ao tamanho de seus perigos. Nossa perigos são maiores do que em outros países, por isso, o que temos que fazer é reduzir os riscos."
Peres faz 90 anos só em agosto, mas uma festa nesta terça-feira - que será transmitida por todos os canais de TV e de rádio locais - dará o pontapé inicial da 5ª Conferência do Presidente, um congresso que acontece anualmente em Jerusalém e que este ano tem como tema "Enfrentando o Futuro". No entanto, para muitos, mais do que o futuro mundial, é o futuro de Peres que estará em foco.
O evento está sendo visto como o começo do fim de seu mandato - e talvez de sua vida pública. O político mais famosos e veterano do país ocupa o posto desde julho de 2007 e, como o mandato é de sete anos, fica no cargo até julho de 2014. Os israelenses se perguntam se, finalmente, Peres decidirá aproveitar a aposentadoria para descansar depois de mais de 65 anos de ativismo político. O colunista do jornal "Haaretz" Anshel Pfeffer conta que desde que foi criado, o posto de presidente serviu de último refúgio para políticos no ostracismo, mas não no caso de Peres.
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