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Resistência à pressão

Presidente de Madagascar diz que vai lutar para ficar no poder

Soldados de Madagascar leais ao líder oposicionista Andry Rajoelina tomam o controle do palácio presidencial: opositor ordenou a prisão do presidente Marc Ravalomanana | Alexander Joe / AFP Photo
Soldados de Madagascar leais ao líder oposicionista Andry Rajoelina tomam o controle do palácio presidencial: opositor ordenou a prisão do presidente Marc Ravalomanana (Foto: Alexander Joe / AFP Photo)

O presidente de Madagascar, Marc Ravalomanana anunciou nesta segunda-feira (16) que vai lutar até o fim para se manter no poder e já discutiu com a ONU e com países do sul da África para ter apoio militar.

Segundo seu porta-voz, Andry Ralijaona, "o presidente planeja ficar em Madagascar. Ele disse isso à guarda presidencial que havia dito que ele deveria ficar em algum outro lugar. ‘Vou morrer com vocês, se for preciso’, respondeu".

"Os poderes do presidente estão limitados agora, obviamente. Isso está se tornando um golpe militar. Ele ainda tem o poder de buscar ajuda externa, e uma rede de conexões para falar com o exterior", disse Ralijaona, que elencou uma série de alternativas para o presidente depois que seu palácio e o Banco Central do país foram tomados por soldados que apóiam o líder da oposição.

Invasão

Tanques e tropas de Madagascar tomaram controle do palácio presidencial e do Banco Central do país nesta segunda-feira (16), depois de os militares terem se unido ao líder da oposição, Andry Rajoelina, em sua disputa pelo poder com o presidente Marc Ravalomanana.

Frente à crescente pressão, Ravalomanana ofereceu a realização de um referendo para deixar as pessoas decidirem quem deve governar o país, mas Rajoelina rejeitou a proposta e pediu às forças de segurança que prendessem o presidente.

O presidente está em outro palácio a cerca de 10 quilômetros de distância. Ele resistia à pressão crescente para que renunciasse pela crise na qual ao menos 135 pessoas foram mortas na ilha do Oceano Índico.

Tiros e explosões foram ouvidos enquanto os tanques entravam no terreno do palácio, mas aparentemente houve pouca resistência, disseram testemunhas da agência de notícias Reuters.

Pouco depois, dois tanques estacionaram diante da principal escadaria do palácio e soldados andavam pelos jardins. Um terceiro tanque ficou estacionado do lado de fora do complexo do palácio.

Rajoelina, o líder da oposição, havia pedido mais cedo que as forças de segurança prendessem Ravalomanana, que sugerira um referendo sobre se ele deveria ou não permanecer no poder.

Desde a independência de Madagascar da França em 1960, o Exército tem tradicionalmente permanecido neutro durante os períodos de instabilidade política.

O coronel André Ndriarijaona, no entanto, disse em uma entrevista coletiva na segunda-feira: "Se Andry Rajoelina pode resolver o problema, nós o apoiamos."

Ele estava acompanhado por autoridades da polícia militar e da polícia nacional.

Christine Razanamahasoa, indicada para ministra da Justiça no governo paralelo de Rajoelina, afirmara mais cedo que estava ordenando a prisão do presidente aos promotores.

Antes da invasão do palácio, a União Africana (UA) condenou o que chamou de tentativa de golpe da oposição e pediu que o povo de Madagascar respeitasse a constituição.

"A situação em Madagascar é de conflito interno. É uma tentativa de golpe de estado. Condenamos a tentativa de golpe de estado", disse Edouard Alo-Glele, enviado de Benin à Etiópia, após uma reunião de emergência do Conselho de Paz e Segurança da UA.

População descontente

Rajoelina, de 34 anos, ex-disc jockey deposto da prefeitura de Antananarivo no mês passado, afirma que Ravalomanana é um autocrata que governa a ilha como uma empresa privada.

Partidários do presidente classificam Rajoelina como um agitador disposto a chegar ao poder de forma ilegal.

Embora Rajoelina tenha aproveitado o descontentamento da população, em especial com os altos níveis de pobreza, muitos habitantes estão aborrecidos com o levante.

O setor de turismo, que movimenta US$ 390 milhões por ano, está despencando e os investidores estrangeiros nos importantes setores de mineração e exploração de petróleo observam os eventos com nervosismo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) enviou Tiebile Drame, ex-ministro das Relações Exteriores de Mali, para mediar a situação.

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