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O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou nesta quinta-feira (9) que dissolverá o Parlamento e convocará eleições antecipadas para 10 de março para resolver a crise política causada pela renúncia do primeiro-ministro, António Costa.
“Opto pela dissolução da Assembleia da República e pela convocação de eleições em 10 de março de 2024”, disse o presidente português dois dias depois de Costa renunciar devido a uma investigação por suposta prevaricação, corrupção ativa e passiva e tráfico de influência em negócios nos setores de lítio e hidrogênio.
Na terça-feira (7), ao anunciar sua renúncia em discurso televisionado, o socialista destacou que o cargo de primeiro-ministro não é compatível com a “suspeita da prática de qualquer ato criminoso”.
Costa se disse “surpreso” com a informação de um processo criminal contra ele e afirmou estar “totalmente disponível” para colaborar com a Justiça, mas negou as acusações e ressaltou que sai “com a consciência muito tranquila”.
Em comunicado, o Ministério Público anunciou na terça-feira que investiga Costa e vários membros de seu gabinete.
O Ministério Público realizou buscas em “espaços usados pelo chefe de gabinete do primeiro-ministro” e observou que vários suspeitos falaram do envolvimento de Costa no caso para “desbloquear procedimentos”.
A investigação se concentra em concessões de mineração de lítio nas minas de Romano e Barroso, no norte do país, bem como em um projeto para uma usina de hidrogênio e outro para a construção de um centro de dados, ambos em Sines.