O presidente português, Marcelo Rebelo de Souza, se reunirá com o Parlamento para definir os próximos passos após renúncia do primeiro-ministro, António Costa| Foto: EFE/Orlando Barría
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O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião com os partidos políticos nesta quarta-feira (8) e outra com o Conselho de Estado, para quinta-feira (9), após a renúncia do primeiro-ministro, António Costa, que está sendo investigado por corrupção.

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O socialista renunciou ao cargo nesta terça-feira (7) devido à investigação contra ele por possível prevaricação, corrupção ativa e passiva e tráfico de influência em negócios de lítio e hidrogênio, embora tenha negado envolvimento em qualquer ato ilícito.

Por meio de um comunicado oficial, a Presidência da República informou que, "na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro", aceito por Rebelo de Sousa, o presidente decidiu convocar os partidos políticos para um encontro na Assembleia da República (parlamento).

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Para o dia seguinte, quinta-feira, o presidente convocou o Conselho de Estado, um órgão consultivo da presidência que, entre outros assuntos, pode decidir sobre a dissolução ou não do parlamento, embora nunca de forma vinculativa.

Imediatamente após a reunião com o Conselho de Estado, o presidente "falará ao país", diz a nota.

Costa renunciou depois que o Ministério Público anunciou nesta terça-feira que investiga ele e vários membros de seu gabinete por supostos crimes de corrupção.

Foram realizadas buscas em "espaços usados pelo chefe de gabinete do primeiro-ministro" e os investigadores observaram que vários suspeitos falaram do envolvimento de Costa no caso para "desbloquear procedimentos".

A investigação, na qual foram feitas buscas em mais de 40 locais, se concentra em concessões de mineração de lítio nas minas de Romano e Barroso, no norte do país, bem como em um projeto para uma usina de hidrogênio e outro para a construção de um centro de dados, ambos em Sines.

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O Ministério Público emitiu mandados de prisão contra o chefe de gabinete do primeiro-ministro, o prefeito de Sines e dois dos seus administradores na empresa Start Campus, além de um advogado, que serão levados a tribunal para interrogatório.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente do conselho de administração da Agência Portuguesa do Ambiente também foram declarados suspeitos formais na ação.

Em seu discurso na televisão, Costa se disse "surpreso" com a informação de um processo criminal contra ele e afirmou estar "totalmente disponível" para colaborar com a justiça, mas negou as acusações e ressaltou que está saindo do cargo "com a consciência muito tranquila". (Agência EFE)

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]