O presidente de Portugal deve decidir nesta quinta-feira quando realizar uma eleição antecipada após a renúncia do primeiro-ministro, dando a largada em uma campanha que deve se concentrar na crise de dívida do país, que pode levar a um pacote de resgate.

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O presidente convocou uma reunião do conselho de Estado --um órgão de aconselhamento formado por figuras políticas de alto escalão-- para decidir os próximos passos a serem tomados nesta crise, que levaram os rendimentos a serem pagos por quem compra títulos da dívida portuguesa a novas altas recordes no período pós-euro nesta semana.

O conselho se reunirá às 11h (horário de Brasília) e depois deste encontro o presidente Aníbal Cavaco Silva deve decidir pela realização de eleições, como têm pedido os partidos de oposição e até mesmo o governista Partido Socialista.

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Os partidos rejeitaram a ideia de um gabinete de coalizão para evitar a eleição, e também descartaram a formação de alianças pré-eleitorais, o que enfatiza a dramática alta na polarização e antagonismo entre as legendas.

Eles pediram que o presidente convoque eleições o mais rápido possível. De acordo com a lei eleitoral portuguesa, as eleições podem ser realizadas a partir do fim de maio.

A crise levou à renúncia do primeiro-ministro José Sócrates na semana passada, após o Parlamento rejeitar um plano de austeridade, o que provocou rebaixamentos da nota do país por agências de classificação de risco, que afirmaram que um pacote de resgate financeiro do país é agora mais provável.

No entanto, a perspectiva de curto prazo está nebulosa, já que o governo de Sócrates deve quase certamente permanecer em caráter interino até a eleição, o que deve prejudicar a capacidade do governo de buscar um pacote de resgate, mesmo que a situação de financiamento se deteriore ainda mais.

Economistas têm se concentrado em dois grandes pagamentos de dívida nos próximos meses. A maioria deles afirma que o país levantou recursos suficientes neste ano para poder honrar cerca de 4 bilhões de euros (5,63 bilhões de dólares) em abril.

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Mas outros afirmam que o país ainda precisa conseguir dinheiro para pagar quase 5 bilhões de euros em junho, o que pode se provar proibitivamente caro ou sem atratividade para os investidores.

Sócrates insiste que o país conseguirá honrar esses pagamentos sem precisar de um pacote de resgate, mas o líder do principal partido de oposição, o Social Democrata, disse à Reuters que seu partido, que lidera as pesquisas de opinião, consideraria apoiar um pedido de um empréstimo-ponte caso a crise financeira se agrave.