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A ditadura da China voltou a atacar Taiwan nesta quinta-feira (10), afirmando que "nunca foi um país, nem jamais será", em resposta a recentes declarações do presidente taiwanês, William Lai, defendendo a soberania da ilha, o que foi considerado por Pequim uma provocação destinada a aumentar a tensão na região.
Durante uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, criticou duramente as palavras de Lai, as quais disse que buscam "romper os laços históricos" entre ambas as partes.
"Não importa o que diga Lai Ching-te, não pode mudar o fato objetivo de que ambos os lados do estreito pertencem a uma só China", afirmou Mao, ao reiterar que a posição da China sobre Taiwan é "irredutível".
Segundo a porta-voz, "o princípio de uma só China é uma norma básica das relações internacionais e um consenso universal". Mao também enfatizou que qualquer tentativa de independência é um “beco sem saída” e que a reunificação da China é “inevitável”.
Nesse sentido, o representante do regime chinês alertou que a República Popular da China não tolerará que nenhum país, por meio de relações diplomáticas, "apoie movimentos separatistas em Taiwan".
“Pedimos aos políticos estrangeiros que corrijam suas ações e deixem de apoiar a independência de Taiwan”, acrescentou a porta-voz, enfatizando que qualquer interação oficial com Taiwan apenas exacerbará as tensões.
Durante o evento pelo Dia Nacional de Taiwan nesta quinta-feira, Lai reafirmou a soberania da ilha, a qual disse ser uma terra de “liberdade” e “democracia” e que não está subordinada à China.
No discurso, ressaltou seu compromisso de salvaguardar a soberania e o desenvolvimento de Taiwan contra qualquer tentativa de anexação, mantendo a paz e a estabilidade no estreito.
Lai também expressou sua disposição de trabalhar com a China em questões como mudança climática e segurança regional, ao mesmo tempo em que defende a igualdade e a dignidade de Taiwan.
O presidente taiwanês fez suas observações durante uma cerimônia para celebrar o Dia Nacional, uma data que comemora a derrubada da última dinastia imperial em 1911 e o estabelecimento da República da China (nome oficial de Taiwan).
Nos dias que antecederam o discurso, Lai já havia feito declarações que incomodaram a ditadura de Pequim, dizendo que Taiwan é um “país soberano e independente” e que era impossível considerar a República Popular da China como a “pátria-mãe” dos taiwaneses.
Em resposta, a China acusou Lai de tentar romper os laços históricos com a China e intensificou a pressão militar, realizando duas patrulhas conjuntas no estreito de Taiwan nos últimos cinco dias.