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Presidente deposto do Quirguistão foge para o Cazaquistão

O presidente deposto do Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev (ao centro) em meio a manifestantes na cidade de Osh, 15 de abril de 2010 | Reuters
O presidente deposto do Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev (ao centro) em meio a manifestantes na cidade de Osh, 15 de abril de 2010 (Foto: Reuters)

O presidente deposto Kurmanbek Bakiyev fugiu do Quirguistão nesta quinta-feira, e segundo uma fonte do governo, ele renunciou uma semana depois que a revolta contra seu governo de cinco anos levantou temores de uma guerra civil.

O repentino voo de Bakyev para o país vizinho Cazaquistão pareceu pôr fim a dias de instabilidade política que também atrapalhou voos de tropas norte-americanas passando pela base aérea do Quirguistão para operações no Afeganistão.

"O presidente do Quirguistão voou para o Cazaquistão, onde ele realizará negociações para resolver a crise", disse à Reuters o assistente de Bakiyev, Ravshan Dzhamgyrchiyev.

Segundo uma fonte do governo interino que assumiu o poder depois da revolta do dia 7 de abril, Bakiyev assinou uma carta de renúncia.

A saída de Bakiyev marcou um triste fim ao seu governo, cinco anos depois de ele conduzir protestos nas ruas na "Revolução da Tulipa", que depôs o primeiro líder pós-soviético, Askar Akayev, em nome da democracia.

No início de quinta-feira, Bakiyev foi levado em seu jipe e às pressas, enquanto guarda-costas deram tiros para o alto para ajudar o político a fugir de cerca de mil manifestantes que perturbavam um comício dele no sul do país.

Críticos acusaram Bakiyev, que já serviu no Exército Soviético, de permitir os mesmos excessos de Akayev, inclusive nepotismo e corrupção endêmica.

O descontentamento vinha aumentando nos últimos meses, com muitas pessoas furiosas com a decisão do governo de aumentar taxas de serviço e aprofundando a repressão sobre liberdades dissidentes e de imprensa.

Quando os protestos começaram no dia 7 de abril, as tropas abriram fogo e ao menos 84 pessoas morreram. Bakiyev fugiu para o sul e se protegeu com seguranças para tentar reunir simpatizantes.

Mas seus dias estavam contados quando a Rússia e depois os Estados Unidos manifestaram apoio ao governo interino, liderado pela ex-ministra de Relações Exteriores e ex-aliada de Bakiyev, Roza Otunbayeva.

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