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O presidente chileno, Gabriel Boric.
O presidente chileno, Gabriel Boric.| Foto: EFE/Mauricio Dueñas Castañeda

O presidente do Chile, Gabriel Boric, criticou duramente nesta quarta-feira os resultados das eleições municipais realizadas na Nicarágua no último domingo.

"Das 153 prefeituras ‘em disputa', (o ditador Daniel) Ortega venceu todas as 153. Um processo eleitoral realizado sem liberdade, justiça eleitoral confiável e adversários presos ou banidos não é democracia em lugar nenhum do mundo", escreveu Boric em suas redes sociais.

“Continuaremos a pressionar nos espaços multilaterais a necessidade de garantir na Nicarágua o restabelecimento das garantias e liberdades democráticas próprias de um Estado de Direito e o fim de todos os ataques contra opositores”, acrescentou o presidente chileno.

Não é a primeira vez que Boric critica abertamente Daniel Ortega, que está no poder há mais de 15 anos e foi denunciado por autoritarismo, fraude eleitoral e violações de direitos humanos.

Em setembro, durante a 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente chileno fez um apelo pela libertação dos presos políticos do país centro-americano.

Ortega respondeu chamando-o de "cachorro de colo" e questionou sua autoridade para exigir a libertação de presos na Nicarágua.

"Como se só houvesse prisioneiros na Nicarágua! Eles têm um teto de vidro. Eles têm prisioneiros em suas casas. Eles têm um regime golpista constitucional, terrorista e falam assim", bradou Ortega.

Desde antes de chegar à presidência, mesmo durante sua carreira como deputado, Boric sempre foi muito crítico aos governos autoritários da América Latina e defendeu os direitos humanos acima de tudo.

"Realmente me incomoda quando você é de esquerda e depois condena a violação dos direitos humanos no Iêmen ou em El Salvador, mas não pode falar sobre a Venezuela ou a Nicarágua", afirmou em setembro em uma conferência na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

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