O presidente do Equador Rafael Correa negou neste sábado (18) que seu governo tenha recebido dinheiro da guerrilha esquerdista da Colômbia Farc para sua campanha política, conforme mostrou um vídeo, e atribuiu a difusão a uma campanha da mídia de direita do país vizinho.

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No vídeo, exibido por vários canais de televisão e cuja existência foi confirmada pela promotoria colombiana, aparece Jorge Briceño, conhecido como "Mono Jojoy", numa base das Forças Armadas Revolucinárias da Colômbia (Farc), dizendo que "forneceu ajuda em dólares" para a campanha de Correa.

O presidente equatoriano, que assumirá um novo mandato presidencial no próximo mês depois de vencer a eleição num inédito primeiro turno, acrescentou que "jamais recebeu um só centavo" de nenhum grupo guerrilheiro e pediu que se investigue a denúncia, a qual classificou como "tolice".

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"Esta campanha, não só a nível de Colômbia, mas de nível regional, de onde está partindo um ataque da direita e de todos os seus instrumentos, entre eles os meios de comunicação, para desestabilizar os governos progressistas da região", acrescentou em seu comunicado semanal.

A fita foi obtida durante uma invasão ao apartamento de uma guerrilheira detida há dois meses em Bogotá.

Na mensagem, o líder guerrilheiro disse que forneceu "ajuda em dólares à campanha de Correa e conversas posteriores com seus emissários, incluindo alguns acordos, segundo documentos em poder de todos nós".

Quito e Bogotá se concentraram em uma série de acusações pelo controle da fronteira comum de onde operam algumas frentes das Farc desde março de 2009, quando Correa decidiu romper relações diplomáticas com seu vizinho após uma incursão militar colombiana em seu território.

Correa, um aliado do presidente venezuelano Hugo Chávez, qualificou a operação, na qual morreram o guerrilheiro Raúl Reyes e outras 24 pessoas, como um "massacre" e uma violação à soberania equatoriana.

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Segundo o exército colombiano, na incursão foram encontrados vários computadores pertencentes a Reyes, que continham uma série de documentos, alguns dos quais mostravam uma suposta relação de membros das Farc com o governo de Correa, o que tem sido negado por Quito.

"Eles não podem nos vencer nas urnas (e) e tentam ganhar com a mentira e a calúnia. Então, há toda um esquema para macular a imagem do governo", concluiu Correa, que pediu que se agregue a denúncia à investigação que realiza uma comissão oficial para esclarecer a invasão de março.