O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, demitiu hoje todo o gabinete de governo, em meio à escalada das manifestações que exigem a renúncia do mandatário. Saleh demitiu o gabinete logo após sua própria tribo, a Hashed, ter pedido que ele deixe a presidência.
Na sexta-feira da semana passada, sob ordens do governo, francoatiradores e policiais dispararam contra uma multidão que fazia uma manifestação na capital, Sanaa, matando 46 pessoas, incluindo 3 crianças. Os protestos no Iêmen, que começaram em janeiro, já deixaram mais de 100 pessoas mortas. Saleh governa o país da Península Arábica, um dos mais pobres do mundo árabe, há 32 anos.
A carnificina de sexta-feira atraiu protestos no país inteiro e no exterior, inclusive dos Estados Unidos, que apoiam o governo de Saleh com centenas de milhões de dólares para combater a rede extremista Al-Qaeda. Alguns dos mais importantes líderes religiosos do país árabe se juntaram à oposição neste domingo e pediram a renúncia de Saleh.
"No meu ponto de vista, esse é um jogo que está no final", disse Salman Shaik, diretor do Bronkings Doha Center. Agora, partidos da oposição, jovens manifestantes e as tribos mais poderosas pedem a renúncia de Saleh. "Toda a oposição, formada por elementos díspares, pede em conjunto que ele renuncie", disse Shaik. "É uma coalizão irresistível", acredita.
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