O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, confirmou nesta quarta-feira que não buscará a reeleição quando seu mandato terminar, em 2013. Além disso, ele negou que tenha qualquer plano de passar o comando do país a seu filho. Líderes da oposição disseram que as concessões do presidente são insuficientes e pediram a seus partidários que prossigam com os grandes protestos nesta quarta pelo país.
Houve várias manifestações no Iêmen nas últimas semanas, desde o levante na Tunísia que culminou com o fim do regime do ex-presidente Zine al-Abidine Ben Ali. Na terça, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, no poder desde 1981, cedeu em parte à pressão dos manifestantes e disse que não pretende buscar a reeleição nas eleições de setembro.
Saleh afirmou em uma sessão emergencial do Parlamento que recuará em seus planos para uma controversa emenda à Constituição que, caso fosse aprovada, lhe permitiria permanecer como presidente por toda a vida. "Eu assumo esse compromisso nesta quarta pelo bem do país", disse. "O interesse do Iêmen está acima de interesses pessoais."
Milhares de membros das forças de segurança foram enviados às ruas da capital iemenita, Sanaa. Saleh ficou no poder entre 1978 e 1990 na República Árabe do Iêmen (Iêmen do Norte) e prosseguiu na presidência quando houve a unificação do norte e do sul do país, formando-se a República do Iêmen. No total, está no poder há mais de 32 anos.
Líderes da região trabalham para lidar com os protestos populares, que começam a reformular o cenário político do Oriente Médio. No Egito, os partidários da oposição a Mubarak rechaçam o plano dele de não se reeleger, vendo no anúncio uma tentativa de o presidente escapar da atual crise sem dar garantias críveis de que realizará as reformas exigidas pela população. As informações são da Dow Jones.
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