Soldados do Iêmen montam guarda em automóvel enquanto manifestantes anti-governo participam de manifestação em Sanaa, capital do país| Foto: Reuters

O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, ficou levemente ferido depois que seu palácio foi alvo de um ataque de mísseis na sexta-feira, em meio à intensificação dos conflitos na capital do empobrecido país.

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Saleh, que enfrenta um questionamento sem precedentes ao seu regime de quase 33 anos, disse que sete pessoas foram mortas quando a mesquita no Palácio Presidencial foi atingida por seus adversários tribais.

'Eu saúdo as nossas Forças Armadas e de segurança por se manterem firmes para combater esta gangue fora da lei que não tem nada a ver com a chamada revolução dos jovens', disse Saleh, falando apenas via áudio em um discurso televisivo.

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O vice-ministro da Informação disse anteriormente que Saleh, de 69 anos, sofreu ferimentos leves no ataque, mas que gozava de 'boa saúde.' Um diplomata afirmou que o primeiro-ministro, o seu vice, o porta-voz do Parlamento e outros assessores ficaram feridos.

As potências globais estão preocupadas que o Iêmen, reduto de um braço da rede Al Qaeda conhecido como AQAP e que faz fronteira com o maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, pode se tornar um Estado fracassado e aumentar os riscos para o fornecimento mundial de petróleo.

O Iêmen parece estar se encaminhando para uma guerra civil, com as forças da tribo de Hashed enfrentando soldados de Saleh em Sanaa nesta semana.

Mais de 370 pessoas foram mortas, sendo pelo menos 155 nos últimos 10 dias, desde que um levante popular começou em janeiro contra o regime de Saleh.

Na sexta-feira, violentos conflitos atingiram a capital, com os moradores se escondendo em suas casas enquanto explosões sacudiam a cidade.

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'Um ataque covarde com um projétil explosivo aconteceu durante as orações de sexta-feira na mesquita do palácio presidencial onde ... Saleh e outras autoridades do governo estavam presentes', disse a agência de notícias estatal Saba.

O governo atribuiu o ataque aos homens da tribo Hashed liderados por Sadeq al-Ahmar, cuja família apoiou os manifestantes que pedem a derrubada de Saleh. Ahmar posteriormente negou responsabilidade no ataque e acusou o próprio Saleh de orquestrar a ação para justificar o aumento nos combates de rua na capital.

Suspeitas também caíram sobre o general Ali Mohsen, que desertou para a oposição em abril e enviou as suas tropas para a capital para proteger manifestantes contrários a Saleh.

Forças leais a Saleh atacaram posteriormente casas de líderes da federação tribal Hashed, disseram fontes da área de segurança.

Os Estados Unidos condenaram a escalada na violência e pediram uma transferência de poder ordenada e pacífica.

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Saleh irritou EUA e Arábia Saudita, que o viam como um aliado fundamental nos esforços para combater a Al Qaeda na Península Árabe.