O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse hoje que pretende convocar eleições antecipadas, ignorando um acordo que encerraria seu regime de 33 anos. Saleh falou a uma multidão de partidários em Sanaa, enquanto milhares de seus opositores se reuniam em uma praça próxima cantando slogans contra o líder. O presidente não citou uma data específica para as eleições nem mencionou uma proposta regional para ele deixar o poder em troca de imunidade judicial. A oposição acusa Saleh de desviar dinheiro público.
O Iêmen enfrenta um período de três meses de protestos. Os Estados Unidos consideravam Saleh um aliado na luta contra o terrorismo, porém agora se afastam do presidente. Ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que "Saleh precisa cumprir seu compromisso de transferir o poder".
Um acordo que estava em negociação previa a saída de Saleh em 30 dias. O anúncio desta sexta-feira parece ser uma nova tática do presidente, pressionado pelos países do Golfo e pelos EUA a deixar o poder. Pela proposta do Conselho de Cooperação do Golfo Saleh deve sair do cargo em até 30 dias após a assinatura do acordo, deixando o vice no comando. Em troca, teria imunidade judicial. Posteriormente seriam convocadas eleições.
Houve protestos não somente em Sanaa, mas também na segunda maior cidade do país, Taez, exigindo a renúncia de Saleh. O empobrecido país da Península Arábica enfrenta protestos desde o fim de janeiro pedindo o fim do governo. As forças de segurança têm reprimido as manifestações, matando pelo menos 180 pessoas, segundo médicos e ativistas.
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