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O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou nesta terça-feira (21) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que a hegemonia global dos Estados Unidos fracassou, o que, segundo ele, ficou provado na retirada das tropas americanas do Afeganistão e na invasão ao Capitólio ocorrida em janeiro.
“O sistema hegemônico dos Estados Unidos não tem credibilidade, nem dentro nem fora do país”, comentou Raisi, em discurso em vídeo no qual classificou a retirada de tropas americanas do solo afegão como “derrota e fuga”. O mandatário iraniano também criticou as sanções americanas contra o Irã, alegando que, em um momento de pandemia, essas medidas representam “um crime contra a humanidade”.
“Hoje, os Estados Unidos não podem sair do Iraque e do Afeganistão, eles são expulsos”, argumentou Raisi, insistindo que o mundo não se importa nem com “os EUA em primeiro lugar” nem com “os EUA de volta”, em referência aos slogans dos governos de Donald Trump e Joe Biden, respectivamente.
Sobre o acordo nuclear de 2015, que foi quebrado após a saída dos EUA, Raisi criticou os americanos por continuarem a seguir uma estratégia de “pressão máxima” em vez de retirar as sanções. “Os Estados Unidos pensaram erroneamente que isso iria nos desesperar e devastar”, analisou. Segundo ele, o Irã não confia mais “nas promessas feitas pelo governo dos EUA”, mas está aberto a conversas que resultem na “suspensão de todas as sanções”.
Ainda nesta terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã anunciou que as negociações para salvar o acordo nuclear serão retomadas em Viena “dentro das próximas semanas”. Estas conversas, nas quais os Estados Unidos estão indiretamente envolvidos porque abandonaram o pacto em 2018, ocorreram entre abril e junho, mas foram interrompidas devido à mudança de governo no Irã.
Embora Raisi não tenha viajado a Nova Iorque para participar das reuniões da Assembleia Geral da ONU, o seu ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, viajou e se encontrará com o chefe da política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, que está coordenando as negociações, e com representantes de outros países do acordo.
O objetivo das negociações é que os iranianos e os americanos voltem simultaneamente ao pacto, pelo qual o Irã não pode produzir armas nucleares. No discurso desta terça-feira, Raisi insistiu que o país considera a produção de armas nucleares proibida por decretos religiosos e que esse tipo de armamento “não tem lugar” em sua política de defesa.