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Irã

Presidente do Irã desafia Obama ao debate

Ahmadinejad com apoiadores do governo, em Teerã: convite a Obama para um debate sobre as grandes problemas mundiais | Atta Kenare/AFP
Ahmadinejad com apoiadores do governo, em Teerã: convite a Obama para um debate sobre as grandes problemas mundiais (Foto: Atta Kenare/AFP)

Teerã - O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, propôs ontem um diálogo cara a cara e de ho­­mem para homem com seu colega americano, Ba­­rack Obama, para falar de questões mundiais. "Tenho que viajar em setembro a Nova York para participar da Assembleia- Geral das Nações Unidas. Estou disposto a me sentar com Oba­­ma, cara a cara, de homem para homem, para falar livremente sobre questões mundiais, ante os meios de comunicação, para encontrar uma me­­lhor solução", afirmou Ahma­­dinejad em um discurso transmitido pela televisão estatal. Ahma­­dinejad é aguardado na As­­sembleia-Geral das Nações Unidas, no próximo mês, em Nova York. O presidente iraniano tinha desafiado Obama a manter um debate público com ele sobre questões caras à comunidade internacional. Em várias ocasiões, ele culpou os Estados Unidos de "desordens globais", particularmente pela crise fi­­nanceira mundial.

Seu clamor, ontem, ocorre depois de uma série de sanções punitivas impostas ao Irã pelo Conselho de Segurança da ONU e pela União Europeia sobre o controverso programa nuclear de Teerã. Ahmadinejad criticou Obama por ter perdido o que chamou de "oportunidades históricas" para reparar as relações com o Irã, país com o qual os Estados Unidos não têm laços diplomáticos diretos há mais de 30 anos. "Ele (Obama) disse querer fazer mudanças e nós saudamos (esta atitude). Infelizmente, ele não explorou corretamente as oportunidades históricas", disse o líder radical, acrescentando que Obama "supervaloriza os sionistas".

Em março de 2009, Obama estendeu a mão da diplomacia ao Irã, na tentativa de por um fim ao beco sem saída em que se encontravam as negociações en­­tre os dois países, mas desde en­­tão, a animosidade entre ambos só fez piorar. Assim como os Es­­tados Unidos, Israel não descarta um ataque militar ao Irã para deter seu programa nuclear. Ah­­madinejad, sob cuja presidência o Irã recebeu quatro pa­­cotes de sanções por parte das Nações Unidas, permanece firme em sua decisão de desenvolver um programa de enriquecimento de urânio, o que Wa­­shing­­­ton e ou­­tras potências mundiais querem que Teerã abandone.

O Irã alega que não enriquece urânio com objetivos militares, mas civis. Sob o governo de Ahmadinejad, a animosidade entre Irã e Israel também aumentou dramaticamente, e as potências mundiais o censuraram for suas frequentes falas contra a Israel.

Diante de uma plateia animada, Ahmadinejad criticou Oba­­ma e as potências ocidentais por apoiarem Israel, a única potência nuclear não declarada do Oriente Médio. "Vocês apoiam um país que tem centenas de bombas atômicas e dizem ‘temos que deter o Irã’, que vocês dizem poder ter a bomba algum dia. Vocês estão se depreciando diante do mundo", afirmou.

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