TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, declarou nesta quarta-feira que o Holocausto judeu é um mito. A afirmação reitera uma visão a respeito de Israel e sua História que causou furor internacional e suscitou uma repreensão do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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Na semana passada, Ahmadinejad sugeriu que a morte de seis milhões de judeus pelos nazistas era uma invenção - na mesma ocasião em que sugeriu a transferência de Israel para a Europa. Desta vez, ele foi ainda mais enfático.

- Eles fabricaram uma lenda sob o nome de "massacre dos judeus" e a colocam acima até de Deus, da religião e dos profetas - disse o controverso presidente iraniano, ao discursar para uma multidão na cidade de Zahedan, nesta quarta-feira. - Se vocês perpetram este grande crime, por que obrigam os palestinos oprimidos a pagar o preço? Vocês devem assumir a responsabilidade.

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O discurso do presidente foi transmitido ao vivo pela emissora estatal de TV.

Ahmadinejad, um ex-integrante da Guarda Revolucionária eleito presidente em junho, já havia causado mal-estar antes, ao chamar Israel de "um tumor" que deveria ser "varrido do mapa". O episódio desencadeou uma crise diplomática e acentuou os temores em torno do programa nuclear iraniano.

Agora, Ahmadinejad acusou o governo israelense e seus aliados de hipocrisia e reiterou que a Europa, os EUA ou o Canadá seriam lugares melhor que a "querida Palestina" para se manter o Estado judeu.

- Esta é nossa resposta: entregar-lhes uma parte de vossa própria terra na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá ou no Alasca, onde os judeus possam estabelecer seu país - provocou o líder iraniano.

Historiadores acreditam que Ahmadinejad se veja como um líder pan-islâmico popular, nos moldes do aiatolá Ruhollah Khomeini, líder da revolução de 1979. Isso ajudaria a explicar o tom de seu discurso.

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- Se a sua civilização consiste em atos injustos, opressão e pobreza da maioria no globo para prover o bem-estar de seu próprio povo, então levantamos a voz dizendo que odiamos sua frágil civilização - disse o presidente, que, em resposta, ouviu gritos eufóricos de "Alá é grande".

Washington acusa Teerã de buscar o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã diz que seu programa tem fins meramente pacíficos, de geração de energia.

Diplomatas europeus disseram que os comentários de Ahmadinejad sobre o Holocausto tornam difícil para eles negociar diretamente com o Irã um fim para o impasse em torno do programa nuclear.

O Ministério de Relações Exteriores de Israel disse que as novas declarações de Ahmadinejad mostravam que o "regime hostil" do Irã estava agindo contra as normas internacionais.

- A combinação de ideologia extremista, uma compreensão torcida da realidade e armas nucleares é uma combinação que ninguém na comunidade internacional pode aceitar - disse o porta-voz Mark Regev.

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