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Presidente do Irã pede "voz consistente" dos EUA sobre impasse nuclear

Um encontro previsto na ONU entre Obama e Rouhani não ocorreu nesta terça-feira | REUTERS/Brendan McDermid
Um encontro previsto na ONU entre Obama e Rouhani não ocorreu nesta terça-feira (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)

O novo presidente do Irã, Hassan Rouhani, expressou esperança nesta terça-feira (24) de que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não seja influenciado por "grupos de pressão belicista" ao lidar com o impasse nuclear iraniano e pediu uma voz consistente de Washington sobre o assunto.

Falando durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) horas após Obama, Rouhani disse que estava preparado para se envolver em negociações nucleares "no tempo certo e com resultados" e que não quer aumentar as tensões com os Estados Unidos.

"Ouvi atentamente a declaração feita pelo presidente Obama hoje na Assembleia-Geral", disse ele. "De acordo com a vontade política da liderança nos Estados Unidos e na esperança de que eles vão se abster de seguir o interesse míope de grupos de pressão belicista, pode-se chegar a um momento de gerir as nossas diferenças."

"Para este fim, em pé de igualdade, respeito mútuo e os princípios reconhecidos do direito internacional devem governar as negociações", disse ele. "Claro, nós esperamos ouvir uma voz consistente de Washington."

Um encontro previsto na ONU entre Obama e Rouhani não ocorreu nesta terça-feira, por opção iraniana, disseram altos funcionários do governo norte-americano.

A vice-embaixadora dos EUA na organização, Rosemary DiCarlo, acompanhou o discurso de Rouhani, e mais cedo, o ministro do Exterior iraniano, Mohammad Javad Zarif, estava presente na fala de Obama.

Apesar de não trazer a estridente retórica antiocidental dos discursos na ONU de seu antecessor Mahmoud Ahmadinejad, Rouhani não fez concessões. Ele repetiu a posição de Teerã de que o Irã não está interessado em armas atômicas.

"Armas nucleares e outras armas de destruição em massa não têm lugar nas doutrinas de segurança e defesa do Irã e contradizem as nossas convicções religiosas e éticas fundamentais", disse ele em seu primeiro discurso na ONU desde que tomou posse em agosto.

Embora tenha evitado qualquer sugestão de que Israel não tinha o direito de existir, ele criticou o tratamento dado aos palestinos, sem citar Israel diretamente.

"A Palestina está sob ocupação", disse ele. "Os direitos básicos dos palestinos são tragicamente violados e eles são privados do direito de retorno e acesso às suas casas, cidade natal e pátria".

Ele também criticou as sanções internacionais contra Teerã por seu programa nuclear, que, segundo as potências ocidentais e seus aliados, tem o objetivo de desenvolver a capacidade de produzir armas atômicas.

"Contrariamente às afirmações daqueles que buscam e impõem as sanções, o alvo não são os Estados e a elite política, mas sim as pessoas comuns que são vitimadas por essas sanções", disse ele à Assembleia-Geral.

"Não nos esqueçamos de milhões de iraquianos que, como resultado das sanções, sofreram e perderam suas vidas, e muitos outros que continuam a sofrer por toda a vida", disse ele.

O Irã enfrenta sanções impostas por EUA, União Europeia e ONU devido à sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio.

Holocausto

Rouhani disse ainda que os nazistas cometeram um crime "repreensível" contra o povo judeu, quando questionado em uma entrevista na televisão se ele reconhecia o Holocausto.

"Eu não sou um historiador e quando se trata de falar das dimensões do Holocausto são os historiadores que devem refletir", disse Rouhani à emissora norte-americana CNN durante uma visita a Nova York, onde discursou mais cedo à Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Mas, em geral, posso dizer-lhe que qualquer crime que acontece na história contra a humanidade, incluindo o crime que os nazistas criaram contra os judeus, é repreensível e condenável", disse ele, de acordo com a tradução da CNN de seus comentários.

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