Um dia após o Irã se comprometer a resolver pendências com inspetores da ONU, o presidente Hasan Rowhani disse hoje que está determinado a pôr fim ao impasse nuclear.
"O Irã está pronto para entrar em negociações sérias com [as potências] para alcançar um abrangente acordo final", afirmou Rowhani, em Teerã.
"Somos sérios em relação a isso, assim como fomos sérios na primeira etapa", disse, diante de diplomatas estrangeiros.Rowhani se referia ao acordo preliminar com seis potências mundiais, implementado há duas semanas, pelo qual o Irã freou seu enriquecimento de urânio e tornou mais transparentes suas atividades atômicas.Em troca, sanções contra Teerã foram parcialmente levantadas.
Hoje, porém, o chefe da agência nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, anunciou que o governo desenvolveu centrífugas 15 vezes mais rápidas que as atuais.
Ele negou violação do acordo com as potências, que veta novas centrífugas.O governo também anunciou testes com novos mísseis e afirmou que o programa de foguetes militares não estará aberto a discussão nas próximas conversas com as potências.
Anúncios com tom de endurecimento são comuns durante o aniversário da Revolução Islâmica, que completa hoje 35 anos.
O Irã diz não querer a bomba atômica e alega que tratados internacionais lhe garantem o direito de enriquecer urânio para fins medicinais e energéticos.Conversas diplomáticas ocorrem em paralelo às discussões técnicas, que estão sob responsabilidade da AIEA, a agência nuclear da ONU.
Ontem o Irã concordou em adotar medidas que vinham sido sendo exigidas há anos pela AIEA. Teerã aceitou, entre outros compromissos, explicar nas próximas semanas porque recorreu a um dispositivo de detonação geralmente usado em testes com bomba atômica.
A AIEA disse que houve avanços, mas que pendências persistem. Uma delas é o acesso dos inspetores a uma base militar na periferia de Teerã onde poderiam ter ocorrido testes com fins militares.