Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Tensão

Presidente do Irã teria se reunido com um dos terroristas mais procurados do mundo

Uma "cúpula do terror" mediada por um dos homens mais procurados do mundo teria reunido, no início deste ano, líderes das organizações extremistas Hamas, Jihad Islâmica e Hezbollah, com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Em pauta, segundo relata o jornal "Sunday Times", estaria o planejamento de retaliações a alvos ocidentais no caso de um ataque americano às instalações nucleares iranianas. O mediador do encontro teria sido Imad Mugniyeh, um homem pelo qual os Estados Unidos oferecem uma recompensa de US$ 5 milhões e que está foragido há mais de duas décadas - tendo possivelmente mudado o rosto e até as impressões digitais.

A denúncia reforça os temores de que a reação iraniana a uma agressão externa venha na forma de uma onda de terrorismo sem precedentes. Na semana passada, o mesmo jornal britânico noticiou que o país tem divisões treinadas de homens-bomba. Em resposta, uma organização radical iraniana afirmou que recrutou, ao longo dos anos, 52 mil voluntários para operações de martírio. Os recrutamentos tornaram-se mais freqüentes nas últimas semanas, com a escalada da tensão em torno do programa nuclear iraniano.

Segundo a nova reportagem do "Times", porém, a ameaça seria muito mais complexa e organizada do que sugere o voluntariado isolado em nome de Alá. O elo principal dessa cadeia seria Imad Mugniyeh, que integra a lista dos "terroristas mais procurados do FBI" e chefia "as operações estrangeiras" do Hezbollah. Segundo o "Times", fontes americanas e israelenses na comunidade de inteligência confirmaram que Mugniyeh, que vive no Irã, encontrou-se com Ahmadinejad em janeiro, quando tomaram um vôo para Damasco, onde teria se realizado a reunião com as demais organizações extremistas, que têm em comum a luta contra o Estado de Israel.

Mugniyeh é procurado pelos EUA devido a sua participação em vários atentados a alvos ocidentais. O primeiro a atrair grande atenção foi seu envolvimento no seqüestro, tortura e mutilação do chefe da CIA em Beirute, William Buckey, em 1984. Ele acreditava que o agente estava diretamente ligado à morte de um de seus irmãos, vítima de um carro-bomba. Em 1995, ele esteve por trás do seqüestro de um vôo da empresa americana TWA, em que um dos passageiros, um mergulhador da Marinha dos EUA, foi assassinado. Acredita-se que ele tenha conexões com células terroristas na Europa, na África e na América Latina, que tenha conhecido pessoalmente Osama bin Laden e venha se reunindo rotineiramente com Gholamhossein Mohseni Ezhei, ministro de Inteligência do Irã e confidente do presidente Ahmadinejad.

Segundo o "Times", após o encontro de Damasco, Mugniyeh foi apontado pelo setor de contra-terrorismo do Departamento de Estado dos EUA como uma grande ameaça. "Imad Mugniyeh trabalha para Teerã. E você não pode falar do Hazbollah sem pensar no Irã. Eles realmente são parte do mesmo problema", teria dito Henry Crumpton, o chefe do setor.

"Quando os iranianos decidirem atingir o Ocidente no estômago, Imad vai ser a pessoa a agir", comentou uma fonte da inteligência ao jornal.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros