O presidente do Iraque, Jalal Talabani, disse nesta quarta-feira que não irá assinar a ordem de execução do ex-vice-líder iraquiano Tareq Aziz, sentenciado à morte no mês passado por causa da perseguição a partidos islâmicos durante a ditadura de Saddam Hussein.

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"Não, não assinarei a ordem de execução de Tareq Aziz, porque sou um socialista", disse Talabani à emissora de TV France 24. "Simpatizo com Tareq Aziz porque ele é um cristão iraquiano", disse o presidente, muçulmano da minoria curda. "Além do mais, ele é um idoso com mais de 70 anos."

O Vaticano e a Rússia já pediram que Aziz - que era a face internacional do regime de Saddam - seja poupado por razões humanitárias, pois além de ser idoso ele está doente.

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Não ficou claro se a oposição de Talabani à execução impedirá que ela seja levada a cabo. Em 2006, as autoridades do Iraque enforcaram Saddam apesar da aparente recusa de Talabani em assinar a ordem. Além disso, os poderes presidenciais desde a reeleição dele, na semana passada, não são mais iguais aos de antes.

Um jurista iraquiano disse considerar que não há condições legais de executar Aziz sem o aval de Talabani. "Segundo a Constituição iraquiana, o presidente do Estado tem o poder de ratificar sentenças de morte antes que elas sejam cumpridas. As sentenças de morte não podem ser implementadas sem a aprovação do presidente", disse Tariq Harb.

Aziz se rendeu às forças dos EUA em abril de 2003 e foi entregue neste ano a autoridades carcerárias do Iraque.

Ele foi condenado a 15 anos de prisão pela morte de dezenas de comerciantes em 1992, e a outros 7 anos pelo deslocamento forçado de curdos do norte do Iraque durante o regime de Saddam.