Integração
Estados Unidos minimizam exclusão de novo órgão
Folhapress
O novo embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon, minimizou ontem o objetivo dos 32 países reunidos na Cúpula de Cancún, México, de lançarem uma entidade regional sem a presença de EUA e Canadá para se contrapor à Organização dos Estados Americanos (OEA), tida como alinhada a Washington. "Não vemos (na nova entidade) uma maneira de excluir os EUA. Não vejo uma ´OEA do B´. Consideramos como algo bom que os países da América Latina melhorem sua integração, disse Shannon.
O novo órgão regional pretende fundir a Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe (Calc), cuja primeira reunião ocorreu em 2008, na Bahia, com o Grupo do Rio, fórum político também fundado no Brasil, em 1986. A manobra visa, entre outras razões, reintegrar Cuba nos mecanismos multilaterais regionais, já que a ilha não faz parte da OEA Honduras está excluído do órgão de maneira temporária.
Apesar de alguns focos de tensão regional, como a relação Venezuela-Colômbia, e da retórica antiamericana que predomina em governos como os do venezuelano Hugo Chávez e do boliviano Evo Morales, Shannon disse que o momento é de entendimento.
Na abertura da reunião da Cúpula da América Latina e Caribe (Calc), o presidente mexicano, Felipe Calderón, evocou o líder revolucionário Simon Bolívar para defender a unidade dos países da América Latina. Ele conclamou as nações a "construírem um espaço comum que agrupe todos os países da América Latina e Caribe".
"No México estamos convencidos de que o ideal de Bolívar, de uma América unida, continua vivo e está mais vivo que nunca; esse foi o sonho de Bolívar, de uma só nação americana, unida em seus valores de democracia, justiça e igualdade."
O documento final do encontro vai trazer um tópico aprovando a integração da Calc com o Grupo do Rio, que ainda não tem um nome definido, mas já está sendo informalmente chamado de "OEA do B".
Na chegada para o encontro na manhã ontem, foi possível ver o uniforme da "OEA do B": a guayabera branca. Todos os chefes de Estado apareceram vestindo guayaberas brancas, oferecidas pelo anfitrião, que mandou confeccioná-las especialmente para a ocasião.
Apenas Hugo Chávez não seguiu o figurino.