O presidente do Níger, Mamadou Tandja, foi detido por tropas rebeldes, nesta quinta-feira, depois de um golpe no país exportador de urânio do oeste da África que deixou ao menos três soldados mortos, afirmaram fontes militares.

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Três militares nigerinos disseram em condição de anonimato que o golpe foi liderado pelo major Adamou Harouna.

"O golpe foi bem sucedido. Está sendo liderado pelo major Adamou Harouna", disse uma fonte. O presidente e os ministros estão detidos não muito longe do palácio presidencial, acrescentaram as fontes.

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Mais cedo, colunas de fumaça foram vistas sobre o palácio depois que soldados atacaram o edifício onde Tandja mantinha uma reunião, provocando um tiroteio que se estendeu por horas na capital Niamei.

Tensões políticas tem se intensificado no Níger nos últimos meses devido à ampliação do mandato de Tandja, o que provocou críticas generalizadas e sanções internacionais.

A rádio estatal, que mantém sua transmissão normalmente, começou a tocar músicas militares.

Testemunhas disseram que metralhadoras e armas pesadas foram vistas na cidade na manhã desta quinta-feira. Quatro horas mais tarde, o tiroteio tinha praticamente acabado.

Fontes hospitalares disseram que no mínimo três soldados foram mortos nos confrontos. Antes, uma testemunha da Reuters viu cinco soldados feridos em um hospital.

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Um agente da inteligência, que pediu para não ser identificado, disse que a violência foi uma tentativa de golpe que a guarda presidencial tentava controlar. Uma fonte da diplomacia francesa classificou o incidente como uma tentativa de golpe, mas disse que a batalha durou pouco.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu às partes que restabeleçam a ordem constitucional no Níger. Diplomatas europeus que trabalham em Niamey disseram que a situação ainda era confusa, com um ambiente carregado de rumores, mas com pouca informação confiável sobre o destino do presidente e os planos dos militares golpistas.

O Níger tem o quinto pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de acordo com dados da ONU. Apenas 17% dos nigerinos são alfabetizados. O país enfrenta um processo acelerado de desertificação e, ao mesmo tempo, possui um dos maiores crescimentos populacionais do mundo.

Apesar disso, o Níger atrai bilhões de dólares em investimento estrangeiro graças a seus recursos minerais. A estatal francesa Areva, que explora urânio no Níger há décadas, anunciou recentemente que investirá US$ 1,79 bilhão na exploração de uma nova mina de urânio.

A Corporação Nacional de Petróleo da China fechou um acordo em junho para o investimento de US$ 5 bilhões no país africano.

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