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ISLAMABAD - O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, defendeu neste sábado o diálogo entre seu governo e Israel, dizendo que está agindo de acordo com os ensinamentos do Islã. Musharraf disse que o Islã permite que seus seguidores assumam compromissos com pessoas de outras crenças.

O ministro do Exterior do Paquistão, Khursheed Mehmood Kasuri, encontrou-se na quinta-feira com seu colega de cargo israelense, Silvan Shalom, em Istambul, no primeiro contato entre autoridades de alto escalão dos dois países publicamente anunciado.

''O Islã é uma religião de paz e tem vivido em paz e harmonia com as outras crenças por séculos e pode fazê-lo no futuro também'', informou o governo por meio de um comunicado oficial, citando trecho de diálogo do presidente com o ministro, que retornou ao país no sábado.

Musharraf reiterou que o Paquistão não reconhecerá Israel até que um Estado palestino seja estabelecido. O primeiro-ministro Shaukat Aziz, que também participou do encontro, disse que o Paquistão poderá decidir sobre o reconhecimento de Israel "dentro do supremo interesse nacional, depois das devidas consultas." Tanto Musharraf quanto Aziz disseram que o Paquistão quer desempenhar um "papel positivo" no caminho para uma solução da questão palestina.

O ministro do Exterior disse que Musharraf não tem planos de se encontrar com o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, durante sua visita a Nova York, onde participará da Assembléia Geral da ONU neste mês. Entretanto, ele poderá falar no Congresso Judaico Americano, em Nova York, como parte dos esforços do Paquistão para promover a harmonia entre várias religiões, apontou o comunicado.

O contato com Israel tem sido um assunto delicado no Paquistão, um importante aliado da causa palestina. A decisão do governo paquistanês de conversar com Israel foi facilitada pela retirada dos colonos israelenses de Gaza no mês passado.

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