Musharraf: líder pode deixar o cargo para não sofrer processo de impeachment| Foto: Faisal Mahmood/Reuters

Islamabad - O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, prefere renunciar a sofrer um processo de impeachment, mas exige imunidade jurídica e garantias de um lugar seguro para viver, disseram fontes da coalizão governista ontem.

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Na semana passada, o governo, comandado pelo partido da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, assassinada em um atentado, anunciou a intenção de abrir um processo de impeachment contra o general-presidente pró-americano, que chegou ao poder em 1999 graças a um golpe de Estado.

Desde que surgiu a notícia do processo, crescem as especulações sobre a renúncia de Musharraf – novamente desqualificadas ontem por um porta-voz, segundo quem "rumores maliciosos e infundados" estão afetando a economia.

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Mas fontes governistas dizem que continua a negociação sobre os termos da renúncia, embora haja discordâncias entre os dois principais partidos da coalizão sobre julgar ou não Musharraf após sua saída do cargo.

"Ele está preparado para renunciar, mas está impondo condições como a imunidade em relação à ação de 3 de novembro (de 2007)", disse uma fonte, pedindo anonimato e se referindo à data em que Musharraf decretou estado de emergência durante seis semanas, cassando garantias constitucionais dos cidadãos.

"As negociações de bastidores prosseguem. As coisas ainda não foram finalizadas. Vejamos o que acontece", disse essa fonte.

Instabilidade

O poder de Musharraf diminuiu consideravelmente depois que ele perdeu a maioria parlamentar na eleição de fevereiro. A crise política preocupa aliados ocidentais do Paquistão, devido ao risco de instabilidade nesse país que tem armas nucleares e enfrenta a violência de militantes islâmicos.

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