O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, anunciou nesta sexta-feira que "em pouco tempo" visitará o Brasil e elogiou a decisão do país de pedir o consentimento para um novo embaixador brasileiro em Assunção.
Em sua primeira entrevista coletiva após tomar posse na quinta-feira, Cartes fez referência à "extraordinária" reunião que teve na quarta-feira com a presidente brasileira. Dilma viajou para Assunção para a cerimônia de posse.
"O clima entre ambos (países) é ótimo, em pouco tempo viajarei para lá", disse o líder paraguaio, que esclareceu que a data dependerá agora da agenda de seu Ministério das Relações Exteriores.
O Paraguai esteve suspenso do Mercosul desde junho de 2012, após a destituição do presidente Fernando Lugo, até quinta-feira, quando Cartes, eleito em abril, assumiu o poder. O país agora questiona a entrada do novo membro, Venezuela, durante sua ausência.
Cartes disse a Dilma que "a predisposição do Paraguai é total" em recompor as relações com seus parceiros no Mercado Comum do Sul (Mercosul).
"O Paraguai deve estar (nesse bloco), nós nunca saímos do Mercosul, mas não é o momento dessa discussão", suavizou o novo líder.
O novo chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, que junto ao vice-presidente, Juan Afara, e de outros ministros acompanhou Cartes na entrevista coletiva, informou que o pedido oficial do Brasil para designar José Eduardo Martins como novo embaixador brasileiro em Assunção chegou hoje ao país.
"Isto é uma amostra do resultado da conversa" de Cartes com Dilma", afirmou Loizaga, enquanto o presidente insistiu que é o reflexo do clima das relações bilaterais.
Cartes foi prudente ao ser questionado sobre os pedidos de renegociação da dívida da represa binacional de Itaipu, que a gestão anterior considerou virtualmente saldada por causa dos juros "abusivos" cobrados do Paraguai e o baixo preço pago pelo Brasil pelo excedente de energia paraguaia que recebe.
"Tenho a obrigação de administrar o Paraguai da melhor maneira, farei tudo o que for benéfico para o país", disse o líder, que defendeu a "prudência" e a "seriedade" ao comentar que não existe "agredir por agredir" ao falar desta questão com o Brasil.