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Crise política

Presidente do Peru aceita renúncia de seu gabinete

O primeiro-ministro peruano Jorge del Castillo (centro) oferece renúncia junto com os ministros de Alan García, após vir à tona escândalo de corrupção | AFP/Andina
O primeiro-ministro peruano Jorge del Castillo (centro) oferece renúncia junto com os ministros de Alan García, após vir à tona escândalo de corrupção (Foto: AFP/Andina)
Entenda como teve início a crise política peruana |

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Entenda como teve início a crise política peruana

Lima - O presidente do Peru, Alan García, aceitou na noite de ontem a renúncia de todo o seu gabinete ministerial. Os 16 ministros haviam colocado seus cargos à disposição na noite de quinta-feira, motivados por um esquema de corrupção que envolve o favorecimento ilícito na concessão de cinco campos de petróleo no país à companhia norueguesa Discover Petroleum.

O chefe de gabinete, o primeiro-ministro Jorge Del Castillo, foi quem comunicou o pedido de renúncia. Os ministros foram até o Congresso tentar explicar aos parlamentares a versão dos fatos sobre o escândalo – que envolve nomes do Ministério, inclusive o de Del Castillo – a partir do ponto de vista do governo. A oposição no Congresso, no entanto, barrou a tentativa de explicações e disse que só ouviria os ministros na próxima terça-feira, quando a crise provocada pelo escândalo será discutida no Parlamento.

"Rechaçamos taxativamente qualquer insinuação e não aceitamos imputações sem fundamento nem provas, baseadas somente em especulações de pessoas que não respeitam a lei", disse o primeiro-ministro ao anunciar o pedido de renúncia.

Del Castillo é acusado de participação nas fraudes de licitação com García Rómulo León, ex-ministro do primeiro mandato de García (1985–1990); e Alberto Quimper, destituído esta semana da direção da estatal Perúpetro, segundo gravações de áudio reveladas pela imprensa local. Eles estariam envolvidos na cobrança de grandes somas de dinheiro para favorecer a Discover Petroleum.

Del Castillo admitiu ter se reunido no início do ano com León e com Fortunato Canaán, representante da Discover, dizendo que os recebeu como recebe muitos empresários estrangeiros, mas negou ter atuado em favor da companhia norueguesa. Segundo ele, sua gestão e a de seu gabinete têm sido limpas e transparentes e não podem ser manchadas pela atitude de dois ou três políticos de má-fé.

Na segunda-feira, García suspendeu os cinco contratos para exploração de petróleo com a empresa norueguesa. Ontem, a Discover Petroleum Internacional (DPI) informou que porá fim a suas operações no Peru. Em nota divulgada pela emissora de rádio peruana RPP Noticias, a empresa diz desconhecer qualquer ato de corrupção, assinalando ter sido vítima de uma tentativa de fraude por seus assessores no Peru, que não havia prosperado. O comunicado foi emitido pela sede central da empresa na Noruega tendo sido assinado pelo presidente da companhia, Jostein Kjarstad, assinalou a rádio.

Futuro

No pronunciamento em que aceitou a renúncia da totalidade de seus ministros, García não falou sobre os novos indicados aos cargos. O presidente elogiou todos os funcionários. "Saúdo o gesto político nobre do gabinete, que optou por renunciar. Este gabinete apresentou sua renúncia para não ser um obstáculo e cumpriu assim com seu desejo patriótico", disse ele, segundo o jornal peruano El Comércio. "A vida me ensinou que dá muitas voltas e as pessoas boas sabem reconhecer as coisas. Sabem quem trabalhou por elas e serviu com grandeza o Peru".

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