O presidente do Peru, Pedro Castillo, reiterou nesta quinta-feira que sua gestão não é corrupta e que ele mesmo não vai ser tirado do poder por um "assédio judicial" do qual se diz alvo e que seria orquestrado, segundo o próprio chefe de Estado, por uma ala da população que quer derrubar um governo "democraticamente eleito".
"O assédio continua hoje, o assédio judicial, criminal, eles não se importam em quebrar a família, eles não se importam em deixar nossos filhos órfãos, eles projetaram uma situação com o objetivo de nos derrubar", declarou o presidente peruano em um ato oficial na região de Chiclayo, no norte do país.
Castillo afirmou que sua gestão "não veio para meter as unhas no tesouro nacional" e que o país vive um "cenário político adverso" no qual, segundo ele, há "pessoas que não querem entender" que ele foi eleito em junho de 2021 em "um processo aberto, livre, com o povo se expressando nas urnas".
"Querem derrubar um governo democraticamente eleito", enfatizou.
"Viemos para tornar as coisas transparentes, viemos para mostrar que este país pode avançar, um país que foi eternamente negligenciado, um país centralista (...) Hoje tem voz quem nunca teve", acrescentou.
Castillo fez essas declarações uma semana depois que o Ministério Público abriu uma sexta investigação preliminar, que se baseia na presunção de que ele é o chefe de uma organização corrupta que supostamente atua dentro do governo.
A investigação foi conhecida um dia após Yenifer Paredes, irmã mais nova da primeira-dama e criada como filha pelo casal presidencial, se entregar à Justiça após ser alvo de um mandado de prisão preventiva de dez dias. A acusação é de que ela atuaria em um esquema de lavagem de dinheiro nessa suposta organização.
Com a abertura desta nova investigação preliminar, que inclui também o ministro dos Transportes, Genier Alvarado, o Ministério Público já acrescentou seis investigações contra Castillo, apesar de a Constituição peruana permitir apenas a investigação do presidente em exercício por traição e por impedimento de eleições.
Para o chefe de Estado, porém, tudo faz parte de uma operação golpista supostamente orquestrada por quem teria tentado tirá-lo do poder através de acusações de fraude eleitoral após ele vencer o pleito presidencial de junho do ano passado.
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