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A presidente do Peru, Dina Boluarte, pediu perdão nesta sexta-feira (28) em nome do Estado pelas 77 pessoas que morreram nos protestos antigovernamentais que sacudiram o país entre dezembro e março, anunciou que seu governo seguirá as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e propôs um pacto social de reconciliação e paz.
“Declaro mais uma vez e com grande dor que o número de vítimas e feridos é um resultado lamentável que ninguém queria. É com profunda e dolorosa consternação que peço perdão em nome do Estado aos enlutados de todos os que morreram, civis, policiais e militares”, disse Boluarte em um discurso no Congresso.
Boluarte se pronunciou aos parlamentares para avaliar seu mandato, iniciado em 7 de dezembro do ano passado após o fracassado autogolpe de seu antecessor, Pedro Castillo (2021-2022), de quem ela era vice.
A presidente peruana afirmou que seu governo cumpriria as recomendações da CIDH sobre o assunto e ofereceu sua mão propondo “assinar um pacto de reconciliação, um pacto pela vida, pela paz, pela justiça, pela igualdade”.
“A democracia permite o direito ao protesto pacífico, mas a democracia também permite e exige o diálogo, e é por isso que anuncio que relançaremos o [fórum do] acordo nacional, incorporando todos os setores sociais, para discutir a agenda social e as reformas políticas pendentes”, disse Boluarte.
Ela alegou que não haverá impunidade “para ninguém” e que mantém seu compromisso com o Ministério Público de continuar colaborando com as investigações, mesmo que “não haja como reparar e restaurar a vida dos mortos”.
“No entanto, para reparar de alguma forma a perda irreparável de seus entes queridos e as lesões sofridas pelos feridos, meu governo prestou assistência integral aos enlutados e às pessoas afetadas. Por meio do Ministério da Justiça, concedemos benefícios financeiros excepcionais a 111 parentes enlutados de 63 pessoas falecidas. Além disso, 155 pessoas que sofreram ferimentos graves receberam apoio financeiro excepcional”, disse.
Boluarte ressaltou que o Peru está em uma situação de instabilidade e teve vários presidentes nos últimos anos, e citou o fato de que o dano econômico direto causado pelos atos de violência foi estimado pela Defensoria do Povo em aproximadamente 5,5 bilhões de sóis (US$ 1,532 bilhão).