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O presidente do Peru, Pedro Castillo, renunciou nesta quinta-feira (30) ao partido Peru Livre, com o qual venceu as eleições do ano passado, depois que seus líderes lhe pediram para deixar a legenda após acusá-lo de ter promovido a dissidência interna e implementado um “programa neoliberal perdedor”.
Castillo anunciou, em mensagem no Twitter, que já havia apresentado ao Jurado Nacional Eleitoral (JNE) sua “renúncia irrevogável” do Peru Livre e enfatizou que sua decisão se deve à sua “responsabilidade como presidente de 33 milhões de peruanos”.
“Respeito o partido e suas bases construídas na campanha”, comentou o presidente peruano.
Além disso, reafirmou seu “compromisso de continuar trabalhando e promovendo as grandes mudanças do Bicentenário em um país democrático e junto com todos os peruanos”.
Castillo havia indicado nesta quarta-feira que “nas próximas horas” iria responder ao pedido do Peru Livre de renunciar irrevogavelmente à sua militância e agradeceu a esse grupo por acolhê-lo nas eleições que o levaram à presidência no ano passado, nas quais derrotou Keiko Fujimori.
Na ocasião, o presidente peruano havia comentado que “os acontecimentos políticos atuais fazem parte do destino do país” e ressaltou que “o Peru está acima de tudo”.
“Daqui eu convoco as forças políticas para que cheguem a um acordo para trabalhar pela democracia, para trabalhar pelas questões mais importantes que o país tem”, declarou.
O secretário-geral do Peru Livre, Vladimir Cerrón, informou no Twitter que a decisão de solicitar a renúncia de Castillo de sua militância foi tomada, “por unanimidade”, pelo Comitê Executivo Nacional, pela Comissão Política e pela bancada legislativa do partido.
Depois de lembrar que o atual presidente peruano se inscreveu em seu partido em 30 de setembro de 2020, os líderes o culparam por ter promovido a fratura interna de sua bancada, que passou de 37 membros em julho do ano passado para os atuais 16, depois de uma série de desacordos.
Também acusaram o presidente de promover a inscrição de dois partidos políticos “paralelos” dentro do Peru Livre, após a formação do Peru Democrático e do Bloco Magisterial, formado por legisladores dissidentes.
Os dirigentes afirmaram ainda que o chefe de Estado tem levado a cabo políticas governamentais que “não estão em consonância com o prometido na campanha eleitoral e muito menos com o programa e a ideologia do partido”.
Nesse sentido, comentaram que Castillo implementou um “programa neoliberal perdedor” e sustentaram que o Peru Livre “continuará lutando pela conquista de suas legítimas aspirações”.