O presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, disse neste sábado (20) que assinou um acordo com dois grupos rebeldes da província de Darfur - Movimento da Justiça e da Igualdade (JEM na sigla em inglês) e Exército Sudanês de Liberação (SLA na sigla em inglês) - e disse que eles vão colaborar para resolver o conflito na região.
O anúncio foi feito pela TV estatal. O presidente não entrou em detalhes.
Mais cedo, o JEM havia anunciado que estava disposto a assinar um cessar-fogo temporário, afirmando que um "esboço de acordo" com os termos de futuras conversas de paz era iminente.
O JEM, que acredita controlar a mais poderosa força insurgente de Darfur, disse que o acordo seria um passo adiante, mas não encerraria a luta com Cartum.
"Isto não é o fim de nada. É só o começo," disse à Reuters o porta-voz Ahmed Hussein Adam em N'Djamena, capital do Chade, onde declarou que os insurgentes tiveram conversas com uma delegação do governo sudanês nos últimos três dias.
"Seria só um acordo primário, um conjunto de princípios - um documento curto a ser usado como referência para todos os pontos detalhados que discutiremos mais tarde," disse ele.
"Estamos prontos para assinar um cessar-fogo temporário quando os termos do esboço do acordo forem aceitos."
Cartum concordou com uma série de tréguas durante o conflito de sete anos, mas alguns fracassaram dias após sua assinatura e a desconfiança entre as facções em guerra continua profunda.
Conversas entre o JEM e o governo, ocorridas no Qatar, estão travadas há meses.
Mas tem havido muitos contatos entre as duas partes nos últimos dias, dizem analistas, contra um panorama de relações esfriadas entre o Sudão e o vizinho Chade.
O JEM e o SLA empunharam armas contra o governo em 2003, acusando Cartum de marginalizar a subdesenvolvida região oeste do país.
Abdel Wahed Mohamed el-Nur, líder do SLA com grande apoio da população deslocada da região, se recusa a conversar com Cartum, exigindo o fim da violência antes de negociar.
Autoridades do JEM disseram que o esboço de acordo incluirá uma lista de áreas para negociação, compensação para os naturais de Darfur, acesso humanitário e assuntos amplos como "divisão de poder" e "divisão de riquezas."
Cartum concordou em acordos anteriores com os princípios de compensação, melhor representação para Darfur e maiores recursos.
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