O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e vários ministros e políticos receberam envelopes com ameaças de morte e balas de pistola, disse uma fonte judicial nesta terça-feira (3).
Nas últimas duas semanas, os políticos têm recebido envelopes de papel pardo com balas de pistola 9mm e letras idênticas de um remetente anônimo, que ameaça com frases como "vocês todos são mortos que estão andando", afirmou a fonte.
A unidade antiterrorista da Procuradoria de Paris e policiais antiterror de Paris e do distrito de Herault, no sudoeste, estão investigando as ameaças.
Não houve comentários do gabinete de Sarkozy ou de seus ministros.
A última pessoa a receber uma das cartas foi o ex-premiê Alain Juppe, que agora é prefeito de Bordeaux, no sudoeste da França.
"Não estou preocupado. É tarefa da polícia analisar as provas e tomar as medidas necessárias", disse Juppe a repórteres.
Entre outras ameaças, as cartas dizem: "Vocês acham que têm o controle de suas vidas, mas não. Suas vidas e as vidas das suas famílias estão em nossas mãos."
Não ficou claro se o autor tinha alguma demanda específica, ou se defendia alguma causa.
A fonte judicial em Paris afirmou ainda que os gabinetes de Sarkozy, da ministra da Justiça Rachida Dati e da ministra do Interior Michele Alliot-Marie receberam as cartas. Entre outros políticos que foram alvo estão parlamentares do partido de Sarkozy, o UMP, no sudoeste da França.
O promotor-chefe de Bordeaux, Claude Laplaud, disse a jornalistas que ainda não há conclusões claras. Ele afirmou que os investigadores consideram a possibilidade de que as cartas tenham sido feitas por uma pessoa mentalmente instável.
Juppe disse que apresentou uma denúncia formal à polícia porque faz parte do procedimento normal, mas que não está pedindo proteção extra.
"Não vou mudar meus planos. Se você começa a ler cartas anônimas quando está na política, você nunca conclui nada", afirmou.