O presidente do Egito, Mohammed Morsi, declarou ontem que a Constituição recém-aprovada em referendo pelos eleitores egípcios estabelece uma nova república no país e convidou a oposição a participar de um diálogo que permita uma conciliação nacional.
Em seu primeiro discurso depois da divulgação do resultado oficial da consulta popular, Morsi enfatizou que reconhece a "respeitável" proporção do eleitorado que votou contra a nova Constituição, elaborada por um painel dominado por islamitas, mas não apresentou nenhum gesto concreto a uma oposição que, por enquanto, tem rejeitado o diálogo e prometido lutar contra a nova Carta.
"Ao inaugurarmos uma nova fase, passando da primeira para a segunda república, eu renovo minha promessa de respeitar a lei e a Constituição", disse.
A declaração de Morsi representa uma ruptura com o sistema de governo vigente no Egito desde 1952, quando um golpe militar depôs a monarquia apoiada pelo Ocidente e o Egito foi declarado uma república.
A nova Constituição foi aprovada pouco menos de dois anos depois da deposição da ditadura liderada por Hosni Mubarak em um levante popular no início do ano passado.
A proposta de Constituição foi levada a votação às pressas pelo governo em meio a uma acirrada disputa de poder entre o Executivo e o Judiciário.
Críticos dizem que a nova Constituição egípcia restringe liberdades e estabelece um código de leis islâmico. Já seus apoiadores insistem que ela abrirá caminho para maior estabilidade e fortalecimento das instituições no Egito.
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