• Carregando...
Rebeldes pró-Rússia, com armamento pesado, montam barricada em Donetsk, onde nesta semana 50 insurgentes foram mortos | Yannis Behrakis/Reuters
Rebeldes pró-Rússia, com armamento pesado, montam barricada em Donetsk, onde nesta semana 50 insurgentes foram mortos| Foto: Yannis Behrakis/Reuters

Preparação

Poroshenko pede tempo à União Europeia para fazer acordo

Agência Estado

O presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse ontem aos líderes da União Europeia (UE) que precisa de algum tempo antes de se comprometer com um acordo político e econômico.

Autoridades europeias acreditam que não há evidências, no entanto, de que Poroshenko está declinando de um possível acordo e ainda esperam que as conversas evoluam nos próximos dois meses. A mensagem do bilionário ucraniano, empresário do setor de chocolates, foi objetiva ao deixar ao deixar claro que a Ucrânia só vai negociar quando estiver pronta.

O acordo bilateral transformaria os laços mais próximos entre Kiev e a UE. No ano passado, esse mesmo estágio de negociações foi o estopim para o começo da crise no país, quando o presidente deposto Viktor Yanukovich abandonou as conversas por pressão de Moscou.

57% dos votos foram favoráveis a Poroshenko na eleição presidencial da Ucrâ­nia. No começo da semana, ele já conversou separadamente com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e com Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu.

O presidente eleito da Ucrâ­­nia, Petro Poroshenko, mudou o discurso inicial que prometia o diálogo e possíveis negociações e afirmou que fará retaliações contra rebeldes pró-russos no leste do país para pôr fim ao "horror, a real guerra que está sendo travada contra nosso país".

Durante entrevista a um jornal alemão, Poroshenko pro­­meteu reagir até que os con­­flitos cheguem ao fim. "Es­­tamos em um estado de guerra no leste. A Crimeia já foi ocupada pela Rússia e há uma enorme instabilidade. Te­­mos de reagir".

Enquanto não toma posse no cargo de presidente, o empresário do setor de chocolate está em contato próximo com o governo interino para articular a chamada "operação antiterrorista" contra os insurgentes. Sobre as relações com a Rússia, Poroshenko disse que "não tem dúvida de que o presidente Vladimir Putin poderia acabar com os conflitos apenas com sua influên­cia".

Na mesma entrevista ao jor­­nal Bild Zeitung, o primei­­ro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, disse que o governo está oferecendo anistia para os separatistas pró-russos que voluntariamente entregarem as armas. Em tom de ameaça, Yatsenyuk reforçou o discurso do presidente eleito e afirmou que os manifestantes que continuarem a cometer infrações penais "vão ter uma resposta legítima" por parte dos militares.

Rússia

Enquanto a Ucrânia pro­­mete forte retaliação aos rebeldes, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reforçou a recomendação para o fim dos exercícios militares ucranianos. Lavrov reiterou que a Ucrânia precisa de uma reforma constitucional para estabilizar a situação. Também defendeu novamente a federalização das regiões.

Convite

Em um tom diplomático, o presidente da França, François Hollande, planeja convidar Petro Poroshenko e o presidente russo Vladimir Putin para as comemoração de junho da Segunda Guerra Mundial, no 70.º ani­­versário do desembarque das forças aliadas em Normandia. Seria uma tentativa para negociar as tensões no Leste Europeu. Em discurso, Hollande novamente pediu à Rússia para cooperar com Poroshenko e continuar a retirada de suas tropas da fronteira ucraniana.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]